Relembre o caso
O acidente envolvendo o ex-deputado aconteceu na madrugada do dia 7 de maio. Carli Filho dirigia um Volkswagen Passat de cor preta, que acabou batendo contra um Honda Fit de cor prata. Os ocupantes do Fit, Gilmar Rafael Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20, morreram na hora.
O caso ganhou repercussão nacional após a Gazeta do Povo revelar que Carli Filho tinha 130 pontos na carteira de habilitação e do exame do Instituto Médico Legal(IML) informar que ele conduzia o veículo em estado de embriaguez. O acidente expôs um histórico de multas de políticos e de 68 mil cidadãos que dirigiam com a carteira de habilitação suspensa.
No dia 29 de maio, Carli Filho renunciou ao cargo de deputado estadual. O pedido oficial da renúncia foi encaminhado ao presidente da Assembleia, Nelson Justus (DEM), e Carli Filho perdeu o foro privilegiado. O ex-deputado prestou depoimento à polícia no apart hotel onde estava hospedado em São Paulo no dia 9 de junho. Ele disse não se lembrar de nada do acidente.
No dia 11 de agosto, após três pedidos de prorrogação de prazo, o delegado Armando Braga de Moraes concluiu o inquérito e indiciou Carli Filho por duplo homicídio com dolo eventual.
Uma nova audiência de instrução relacionada ao acidente de trânsito provocado pelo ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho foi marcada para o próximo dia 4 de março. O juiz Daniel Ribeiro Surdi de Avelar definiu a data nesta quarta-feira (17).
Ele vai ouvir quatro testemunhas de defesa do ex-parlamentar que residem em Curitiba. Uma delas presenciou a colisão, ocorrida em maio do ano passado, que causou a morte de Gilmar Rafael Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20. O homem que será ouvido dirigia um carro que estava parado na esquina das ruas Monsenhor Ivo Zanlorenzi e Paulo Gorski, no bairro Mossunguê.
Outras dez pessoas convocadas pela defesa, mas que não moram na capital, também devem prestar depoimento. O dia em que essas testemunhas serão ouvidas ainda não foi definido. Entre elas, cinco moram em São Paulo, uma em Campo Grande-MS, uma em Cuiabá-MT, uma em Guarapuava, uma em Florianópolis-SC e outra em Joinville-SC.
Nas duas primeiras audiências, realizadas nos dias 4 e 5 de fevereiro, foram ouvidas 17 testemunhas de acusação e duas de defesa. Nestes dias, Carli Filho não conversou com o juiz, pois foi dispensado de comparecer ao Tribunal do Juri.
O advogado Elias Mattar Assad, que representa a família de um dos jovens mortos no acidente, declarou que pretende enviar uma petição ao juiz na próxima sexta-feira (19) para que o ex-deputado compareça ao Tribunal nesta próxima audiência e seja interrogado. Assad afirma que quer evitar futuros problemas. "Em uma eventual condenação, um novo advogado de defesa pode ser contratado e alegar que o processo é nulo, pois o acusado não esteve cara a cara com o juiz e isso o prejudicou", explica. "O réu tem que estar na frente do juiz, nem que seja para ele dizer que não lembra de nada ou que não quer se declarar", completa o advogado.
Durante a tarde, a reportagem tentou o contato por telefone com o advogado de defesa de Carli, Roberto Brzezinski Neto, mas as ligações não foram atendidas. Por lei, a instrução de um processo tem um prazo de até 90 dias para ser encerrada. Depois desta etapa, Avelar vai determinar se o caso irá para júri popular ou se a sentença será dada apenas por um juiz.
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