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Umuarama

Justiça determina prisão preventiva de vereador

A juíza de Direito substituta na comarca de Umuarama, Helênika de Souza Pinto Sperotto, decretou nesta segunda-feira a prisão preventiva do vereador Celso Cícero de Lima, conhecido na cidade como Cacique, sob acusação de que o vereador estaria coagindo testemunhas e ocultando provas no processo em que é investigando por apropriação ilícita de parte do salário da assessora na Câmara Municipal desta cidade, Maria Ivete dos Santos.

A justiça também determinou o afastamento dele do cargo de vereador e decretou a indisponibilidade dos bens. Cacique não foi encontrado nesta quarta-feira na cidade, ainda não nomeou um advogado para defendê-lo e um dos assessores, Francisco Arnaldo Fernandes, informou que ele deverá se apresentar à polícia até amanhã.

A denúncia contra o vereador partiu da própria assessora Maria Ivete. Ela relatou ao promotor de justiça, Fábio Hideki Nakanishi, que para permanecer no cargo deveria entregar o cartão da conta-salário existente na Caixa Econômica e a senha ao vereador. Ele passou a controlar a conta e dos R$ 2.471,00 depositados mensalmente na conta dela, o vereador só repassava R$ 600,00.

Ela resolveu fazer a denúncia em fevereiro passado porque até os R$ 600,00 deixou de receber em função de um empréstimo consignado com prestações de R$ 700,00 que fez para tratamento de saúde. Menos de um mês após a denúncia, a servidora foi demitida pela direção da Câmara. Na época da denúncia o vereador se defendeu dizendo que a servidora foi quem pediu para ele cuidar da conta dela, o que ela nega.

Na investigação, o promotor Fábio Nakanishi disse que teve acesso a imagens do caixa eletrônico que mostram o vereador efetuando saques na conta de Maria Ivete e até de outra assessora que ainda está em investigação. "Existem elementos razoáveis colhidos em procedimento administrativo que apontam a efetiva apropriação ilícita de parte da remuneração das servidoras", afirma o promotor em nota. Por isso, ele propôs ação civil pública por improbidade administrativa com pedido de liminares para o afastamento do cargo e a indisponibilidade dos bens que foram deferidas pela juíza Maíra Junqueira Moretto e o pedido de prisão com liminar concedida pela juíza Helênika.

O promotor disse que a ação do Ministério Público foi necessária para garantir a instrução do processo, já que surgiram evidências de que o vereador estaria usando a sua condição para interferir em provas e coagir testemunhas. A direção da Câmara Municipal já foi notificada sobre o afastamento do vereador, mas até ontem não havia decidido se convoca o suplente. O delegado da Polícia Civil, em Umuarama, Valdir Balan, informou que a polícia procurou pelo vereador na Câmara, na casa e na empresa dele, mas não obteve êxito.

A reportagem procurou pelo vereador, mas também não o encontrou. Ele não atendeu ao telefone e ninguém ligado a ele foi encontrado em seu gabinete na Câmara. O assessor Arnaldo Fernandes disse que não tinha certeza sobre o paradeiro do vereador, mas afirmou que ele deverá se apresentar hoje ou amanhã junto com advogado que ainda está em definição. "Fiquei sabendo que ele viajou no fim de semana passado para tratamento de saúde e deve voltar logo".

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