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‘Meu perfil é lei e ordem’, diz Francischini

Com mudanças enviadas nessa semana pelo governo à Alep, Francischini comandará uma pasta de R$ 3,5 bilhões no ano que vem | Geraldo Magela/Agência Senado
Com mudanças enviadas nessa semana pelo governo à Alep, Francischini comandará uma pasta de R$ 3,5 bilhões no ano que vem (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

No mesmo dia em que foi anunciado como novo secretário da Segurança Pública do Paraná, o deputado federal Fernando Francischini (SD), 44 anos, afirmou que vai priorizar o combate aos crimes contra o patrimônio no estado. Ele é o quarto secretário da área sob a batuta do governador Beto Richa (PSDB). As últimas estatísticas divulgadas pela Sesp apontaram que Curitiba registrou aumento de 17% nos roubos. Os dados em escala estadual avançaram 7% entre janeiro e setembro deste ano comparado com o mesmo período de 2013.

Francischini prometeu instituir uma filosofia de austeridade. "Meu perfil é lei e ordem. Sou linha dura", disse. Com essa postura, ele pretende iniciar uma investida contra o crime organizado. Por isso, segundo Francischini, o Departamento Estadual Penitenciário (Depen) deve ficar sob a administração da Sesp, conforme projeto enviado pelo governo anteontem à Assembleia Legislativa.

A Sesp é uma das principais pastas do governo estadual, com orçamento de R$ 2,6 bilhões. Esses recursos devem receber um reforço de mais de R$ 400 milhões com a ida do Depen para lá, sem contar os cerca de R$ 5 milhões do Fundo Penitenciário Estadual.

Ainda sem equipe definida, Francischini deve tentar seguir o exemplo de seu colega da Polícia Federal José Mariano Beltrame, titular da mesma pasta há anos no Rio de Janeiro, e trazer policiais federais para a secretaria estadual. Com isso, ele ressalta ter o apoio do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Os dois ocupam espaços opostos no cenário político brasileiro. Francischini é um dos líderes de oposição no Congresso.

"Tenho grande amizade com o ministro. Fui interlocutor do governo federal em questões de segurança, por mais contraditório que seja", salienta.

Francischini tentará também contornar o mal-estar gerado entre Ministério Público e governo estadual nos últimos anos após este último tentar mudar a estrutura dos Gaecos (Grupos de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado). "O Gilberto Giacóia [procurador geral de Justiça] é meu amigo e eu sou um grande admirador do trabalho do Leonir Batisti [coordenador estadual dos Gaecos]", afirmou.

De forma indireta, Francischini criticou a atual gestão da Sesp. Ele disse que o objetivo de sua administração será operacionalizar todos os "avanços" que o governador Beto Richa teria implementado nos primeiros quatro anos de governo.

O novo secretário afirmou ter carta branca para mudar a legislação estadual que alcança as polícias Civil e Militar. A primeira medida é criar um novo processo de promoção na carreira de praças – que são a base da PM. "Já tenho sinalização do governador para rever a legislação e valorizar mais os policiais. A primeira é a lei de promoção de praças, incentivando eles a ficarem mais na carreira", afirmou. Segundo ele, a experiência legislativa em Brasília deverá contribuir para isso.

O combate ao tráfico deve tomar corpo na repressão aos pequenos traficantes e aos grandes distribuidores. Na avaliação de Francischini, o pequeno traficante é o que mais gera problemas para sociedade.

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