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Morro do Boi

Na primeira entrevista, Juarez nega crime

“Dizem que ela tem chorado muito. 
Acho que ela percebeu que não fui eu quem fez aquilo, mas tem medo de voltar atrás e reconhecer que errou. 
Mas eu não tenho raiva dela.”

Juarez Ferreira Pinto, acusado por Monik Pegorari de Lima de ser o autor do crime do Morro do Boi | Albari Rosa/Gazeta do Povo
“Dizem que ela tem chorado muito. Acho que ela percebeu que não fui eu quem fez aquilo, mas tem medo de voltar atrás e reconhecer que errou. Mas eu não tenho raiva dela.” Juarez Ferreira Pinto, acusado por Monik Pegorari de Lima de ser o autor do crime do Morro do Boi (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

Em sua primeira entrevista desde que foi preso, acusado de ser o autor do crime do Morro do Boi, Juarez Ferreira Pinto, 42 anos, afirmou sua inocência, disse que chegou a ser agredido na cadeia e que só continua preso devido ao depoimento da estudante Monik Pegorari de Lima.

A estudante e o namorado dela, Osíris Del Corso, foram baleados no dia 31 de janeiro, em Caiobá. Osíris morreu e Monik até hoje não recuperou parte dos movimentos. Juarez participou ontem de uma audiência realizada na Vara de Cartas Precatórias Criminais, em Curitiba. Quatro testemunhas foram ouvidas pelo juiz Kennedy Josué de Mattos.

Juarez está preso desde 17 de fevereiro. "Nunca fui nesse Morro do Boi. Sou inocente", diz o acusado, que falou com a imprensa ao final da audiência, antes de ser levado novamente pela escolta da Polícia Militar à Casa de Custódia, em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. Segundo ele, Monik tem dado demonstrações de nervosismo e de insegurança desde que uma outra pessoa, Paulo Delci Unfried, confessou ser o autor do crime. "Dizem que ela tem chorado muito. Acho que ela percebeu que não fui eu quem fez aquilo, mas tem medo de voltar atrás e reconhecer que errou. Mas eu não tenho raiva dela pelo que ela passou. Ela é uma vítima tanto quanto eu."

Juarez também disse ter se envolvido em uma briga com dois presos portadores de deficiência mental na última quarta-feira. "Eles tentaram me agredir com uma gilete e eu me defendi." Segundo ele, porém, não houve agressões por parte de policiais e dos outro presos.

Paulo Unfried está preso no Centro de Triagem II, em Piraquara. Monik nega que ele seja o autor do crime e continua afirmando que Juarez é o culpado.

Depoimentos

Os quatro depoimentos podem ajudar a defesa e o Ministério Público a esclarecer possíveis dúvidas relacionadas ao caso. O depoimento mais esperado era o da médica Luciane Bittencourt de Oliveira. Foi ela que fez o primeiro atendimento a Monik ainda em uma unidade do Siate. Segundo a médica, Monik estava consciente, mas muito debilitada quando foi atendida.

"Ela disse ter tido a impressão de ser violentada. Mas como levou um tiro na região das costas que paralisou seus movimentos da cintura para baixo ficava difícil ter certeza." Ainda segundo a médica, a garota nada disse sobre um possível roubo. "Ela não mencionou isso, mas eu também não perguntei", afirma.

Na acusação contra Juarez, a polícia inicialmente trabalhava apenas com a hipótese de homicídio. Dias depois, porém, Monik disse em depoimento que Juarez teria roubado R$ 90, caracterizando o crime de latrocínio (roubo seguido de morte).

Além da médica, também prestaram depoimento o tenente do Corpo de Bombeiros Eduardo Slomp Aguiar, o estudante de Direito Carlos André Carneiro e o jornalista da Gazeta do Povo Karlos Kohlbach. No próximo dia 23, está prevista uma acareação entre Paulo, Monik e Juarez.

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