Os pais de Osíris Del Corso, o jovem assassinado no crime do Morro do Boi, no início do ano no litoral paranaense, afirmaram que vão processar tevês e rádios de Curitiba que estariam difamando a imagem de Osíris e de Monik Pegorari, que era namorada de Osíris e foi baleada durante o crime. A jovem perdeu o movimento das pernas. Não foram citados os nomes dos veículos de comunicação que podem ser processados.
Sérgio Del Corso e Maria Zélia concederam uma entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (3) em Curitiba. Os pais de Osíris falaram no escritório de advocacia de Elias Mattar Assad, que foi contratado para atuar como assistente do Ministério Público no processo criminal que tramita na comarca de Matinhos. Sérgio e Maria afirmam que a honra de Osíris e Monik foi colocada em dúvida por alguns meios de comunicação, após a prisão do vigia Paulo Delci Unfried.
Os pais de Osíris afirmaram que confiam no depoimento de Monik e dizem que foi criada uma reviravolta no caso, com a prisão de Paulo Unfried, para tentar confundir a opinião pública sobre Juarez Ferreira Pinto, que segue preso acusado de ser o autor do crime. Quando foi preso, a polícia encontrou com Paulo Unfried a arma utilizada para matar Osíris. Um exame de balística confirmou que o tiro que matou o estudante saiu da arma apreendida. Em depoimento, Unfried reconheceu que o revólver era seu, mas que havia emprestado para um amigo na semana em que aconteceu o crime.
Na noite de sexta-feira (31), por falta de provas, a Justiça determinou a soltura de Unfried. No fim do mês de junho Unfried confessou ser o autor do crime do Morro do Boi e depois, em acareação com o acusado apontado pelo Ministério Público (MP), Juarez Ferreira Pinto, e com a vítima, Monik Pegorari de Lima, desmentiu a versão.
Maria Zélia, mãe de Osíris Del Corso, não tem dúvidas sobre o que aconteceu no Morro do Boi. "Acreditamos que um dos motivos por que Monik sobreviveu foi para reconhecer o assassino. Não duvidamos de Monik", afirmou Maria Zélia, em entrevista à Rádio CBN. "A nossa dor aumenta, porque além do assassinato tem essa tentativa de denegrir a honra de Osíris e Monik". Monik e os familiares dela não participaram da coletiva desta segunda-feira.
O advogado Elias Mattar Assad é o mesmo que defende a família Yared, um dos jovens mortos no acidente que envolveu o ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho. Para Assad, houve erro em como foi tratada a prisão de Paulo Unfried. "Houve uma precipitação em colocar uma nova hipótese como verdadeira. Acho que poderia esgotar todas as possibilidades. Se outro confessou o crime ele tinha que ser levado ao Morro do Boi e mostrado como fez. Essa história foi mal contada, o que determinou a soltura de Paulo e a manutenção da prisão de Juarez", disse Assad à CBN.
Habeas-corpus
Nilton Ribeiro, advogado de Juarez Ferreira Pinto, tenta obter um habeas-corpus no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) para relaxar a prisão do cliente. "Estamos com dois pedidos no TJ. Na quinta-feira (6) deve ser julgado o pedido referente à soltura de Juarez. O outro pedido é a nulidade da última audiência de acareação em Matinhos, por cerceamento da defesa", explicou Ribeiro.
Os pedidos foram feitos na 3.ª Câmara Criminal do TJ. O advogado disse que, caso seja negado pela Justiça do Paraná, o pedido de habeas-corpus já está pronto para ser enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), ambos em Brasília.