O Paraná registrou nos últimos 35 anos 6.750 desastres, que atingiram 396 municípios e afetaram 11,3 milhões de pessoas no estado no período. Das cinco principais categorias de desastres – que inclui acidentes provocados diretamente pelo homem –, as outras quatro estão relacionadas à ação da natureza: tempestades, granizo, inundações e enxurradas.
Os dados foram apresentados pela Defesa Civil Estadual durante o Simpósio de Defesa Civil “Cidades Resilientes”, realizado na quinta-feira (18) em Francisco Beltrão, Sudoeste do estado. O evento reuniu alguns dos principais estudiosos do assunto no Brasil, tendo entre os objetivos fortalecer o gerenciamento de riscos e reforçar a prevenção de desastres.
Durante o encontro, falou-se das metas traçadas na 3.ª Conferência Mundial da ONU para Redução do Risco de Desastres, realizada em Sendai, no Japão, em março. Desde 2005, os desastres no mundo causaram a morte de 700 mil pessoas e acumularam perdas econômicas de US$ 1,4 trilhão.
Além de reduzir os riscos, espera-se que até 2030 as cidades estejam preparadas para se reconstruir com maior rapidez quando acometidas por tais fenômenos. “O novo marco de Sendai visa a diminuir nos próximos 15 anos o número de pessoas que morrem, as perdas econômicas e as pessoas afetadas. O que se busca não é gerenciar o desastre, mas sim o risco de desastre”, explica David Stevens, chefe do escritório regional das Américas para redução de desastres da ONU.
De acordo com ele, as cidades precisam construir resiliência para proteger de forma mais efetiva sua população. No mundo, das 2.560 cidades chamadas resilientes, 358 estão no Brasil e 14 no Paraná. Stevens cita o estado como exemplo em seu plano de ação para incentivar os municípios a assinarem o protocolo de intenções de cidades resilientes. O representante da ONU afirma que os regimes de chuvas vão mudar ainda mais no futuro, com poucas e intensas horas de precipitações, seguidas de granizo.
Protocolo
Segundo o coronel Adilson Castilho Casitas, coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, a cada dois dias, três desastres – naturais ou por ação humana – ocorrem no Paraná. A média anual de prejuízos supera a cifra de R$ 1 bilhão. Casitas informa que a meta é chegar ao fim do ano com ao menos 150 cidades signatárias do protocolo de intenções de tornarem-se resilientes. “Nosso principal desafio foi desenvolver atividade de defesa civil atuando na prevenção e fazendo investimentos em cada regional para capacitação das coordenadorias municipais.” Para o coordenador, é fundamental a integração das políticas públicas, a conscientização da população sobre os riscos, a realização de mapeamentos das áreas de risco e suas consequentes ações preventivas e mitigadoras.
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