O PM William de Paula, um dos suspeitos de matar o menino João Roberto em julho deste ano, vai a júri popular nesta quarta-feira (10), no 2º Tribunal do Júri da Capital, no Centro do Rio de Janeiro. Ele e o PM Elias Gonçalves da Costa Neto foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), eles também foram denunciados pelos crimes de tentativa de homicídio contra a advogada Alessandra Amorim Soares e Vinícius Soares, mãe e irmão de João Roberto.
João Roberto foi atingido por três tiros sendo um deles na cabeça dentro do carro da mãe, na noite do dia 6 de julho, na Rua General Espírito Santo Cardoso, na Tijuca, Zona Norte. Alessandra voltava para casa com João e Vinícius, então com 9 meses, quando parou seu carro para dar passagem à patrulha da PM. Os policiais disseram na época que teriam confundido o carro de Alessandra com o carro de criminosos (um Fiat Stillo) que estavam perseguindo.
Ainda segundo o TJ-RJ, a data do julgamento do PM Elias Gonçalves da Costa Neto ainda não foi marcada. Mãe deu passagem a carro da polícia
De acordo com as investigações, a viatura da polícia parou atrás do carro da advogada e começou a atirar sem que houvesse qualquer disparo por parte dos criminosos que estariam sendo perseguidos e que, segundo uma fita de vídeo apreendida, já teriam fugido do local.
"O carro das vítimas estava parado, dando, em verdade, passagem à viatura policial dos acusados que perseguiam o automóvel Fiat, tipo Stillo, cor preta, onde em seu interior estavam elementos armados, mas, inexplicavelmente, a viatura parou atrás do carro das vítimas e passou a alvejá-las", disse o juiz Paulo de Oliveira Lanzellotti, titular do 2º Tribunal do Júri, que em outubro manteve a prisão provisória dos réus.
Pensão para o pai
Em setembro deste ano, a juíza Cristiana Aparecida de Souza Santos, da 4ª Vara da Fazenda Pública, determinou que o estado pague por seis meses uma pensão equivalente a dez salários mínimos (R$ 4.150) ao taxista Paulo Roberto Barbosa Soares, pai de João Roberto.
A juíza deferiu ainda o pagamento de tratamento psiquiátrico, no valor de três salários mínimos mensais (R$ 1.245), não só para o pai, como para a mãe, Alessandra, o filho do casal, Vinícius, e os avós Cyrene da Silva Amorim e Lurimar Barbosa de Souza.