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Os policiais militares do Paraná terão reajuste salarial de 23,5%. O anúncio foi feito pelo governador Beto Richa (PSDB), nesta quarta-feira (15), em entrevista ao telejornal Paraná TV 1ª. edição, da RPCTV. O governo do estado ficou de enviar a proposta à categoria ainda nesta quarta.

De acordo com Richa, os policiais terão aumento real de 17,5%. O índice será somado à recomposição da inflação para que se chegue aos 23,5%. O reajuste poderá entrar em vigor a partir de 1º. de maio – caso seja aceito pela categoria e aprovado pela Assembleia Legislativa do Paraná.

O governador disse que o reajuste não corresponde ao que foi pedido pelas entidades que representam os policiais e salientou que o governo precisa atender também outras áreas, como educação e saúde. "Não posso 'quebrar' o Estado para atender às reivindicações salariais", disse Richa à RPCTV.

Sobre os policiais civis, Richa disse que o reajuste será de aproximadamente 20%.

Manifestações

Os policiais militares não aceitaram a proposta feita pelo governo do estado e fazem mais um ato de manifestação pela implantação do subsídio no Paraná e melhorias salariais para a classe nesta quarta-feira. Segundo o cabo Carlos Lima, da Associação da Classe Policial Militar, a proposta foi rejeitada por unanimidade. Ele explica que os valores ficaram muito abaixo dos definidos em mesas de negociações entre o estado e os policiais. Além disso, os policiais inativos – da reserva e aposentados – teriam ficado de fora da proposta.

Nesta tarde, integrantes dos fóruns das entidades que representam os policiais militares estão reunidos com representantes da secretaria de administração do governo do estado. A intenção é negociar uma proposta que seja mais adequada ao que foi combinado anteriormente. A reunião é realizada no Palácio Iguaçu.

Os policiais seguem em carreata do Parque Municipal São José dos Pinhais, na região metropolitana, rumo ao Palácio Iguaçu. De acordo com o subtenente Alcino Fogaça, os policiais querem mostrar à população a importância da implantação do subsídio. "O objetivo vai ser a conscientização da sociedade. Não temos a intenção de greve na PM", afirma. No fim da carreata, os policiais devem fazer a vigília das 20 às 22 horas com velas acesas em frente ao Palácio Iguaçu.

Segundo Lima, a mobilização foi enfraquecida por causa de uma medida do Comando Geral da PM. Toda quarta-feira, os funcionários dos setores administrativos trabalham meio período, mas hoje (15) foram convocados a ficar em período integral. "Isso foi feito com intenção de enfraquecer o movimento, porque não tem nenhuma justificativa plausível para tal convocação. O governo não quer qualquer manifestação ou ato que denigra sua imagem", argumenta o oficial.

Ele também lembra que, caso a emenda 29 tivesse sido implantada em 1998, o salário de um soldado estaria entre R$ 7,5 mil e R$ 8 mil. Atualmente, eles recebem R$ 2,4 mil. A pretensão é de que eles tivessem vencimentos de R$ 4.513, mas com o reajuste de 23% o salário vai para R$ 2.952.

Possibilidade de greve da Polícia Civil

A Polícia Civil do Paraná pode aprovar na noite desta quarta o indicativo de greve na capital. Os ânimos da classe foram inflamados após os policiais ficarem sem uma proposta de nova tabela salarial, na tarde de terça-feira. O presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis (Sinclapol), André Gutierrez, saiu de mãos abanando da Se­­cre­­taria de Estado da Administração e Previdência (Seap), onde esperava receber uma nova proposta salarial.

Nesta quarta-feira, no entanto, o governo do estado apresentou a proposta de reajuste de 20% mais reposição da inflação para policiais civis de 4ª e 5ª classes. Os oficiais de 1ª, 2ª e 3ª classe receberiam apenas a reposição da inflação;

Os agentes vão realizar uma assembleia, a partir das 18h30, em Curitiba, para votar a proposta.

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