Nas últimas semanas, o país inteiro se espantou com os ataques a escolas de São Paulo e Santa Catarina que vitimaram uma professora e quatro crianças. Se nos Estados Unidos, centenas de casos assim ocorrem todos os anos, no Brasil, esse tipo de violência tem crescido a cada ano. Estudo recente da Unicamp contabilizou ao menos 24 atentados desde 2000.
A cada atentado, famílias, estudiosos e imprensa discutem quais as causas do problema. Os fatores mais apontados são problemas de relacionamento dos agressores. A diferença é que, se antes, viviam isolados, agora se comunicam e se incentivam em fóruns na internet.
Para eles, os ataques representam uma vingança e sua concretização traz fama entre os pares. A divulgação de fotos, vídeos e nomes estimula ainda mais a violência.
Por isso, autoridades de segurança têm buscado vasculhar as redes para identificar adolescentes e jovens propensos a matar estudantes e professores nas escolas, de modo a coibir os ataques. Em São Paulo, uma semana após um estudante assassinar a facadas uma professora, a polícia registrou 279 ameaças de novos atentados.
Enquanto isso, políticos aproveitam a comoção para atacar adversários ou propor soluções imediatistas. A esquerda culpa, de forma superficial, a “cultura de ódio” que teria sido fomentada pelo governo anterior. A direita aposta em mais policiamento nas escolas.
Diante do risco maior para as crianças, o que os pais devem fazer para proteger seus filhos? Psicólogos recomendam tempo de qualidade diário no convívio, conversas que mostrem que é normal se frustrar com as dificuldades da vida e das relações afetivas, além de atenção redobrada sobre as amizades e eventuais comportamentos desviantes dentro de casa ou fora.
Esse é tema do Segunda Opinião desta segunda-feira (10), com Renan Ramalho, Paula Marisa, Flávio Gordon e Karina Michelin.
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