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Trânsito

Só 14% dos motofretistas de Curitiba se cadastraram

Antonio Cezar Carriel espera que o serviço aumente depois do cadastramento: “Por enquanto os benefícios são mínimos” | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Antonio Cezar Carriel espera que o serviço aumente depois do cadastramento: “Por enquanto os benefícios são mínimos” (Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo)

Apenas 2.910 dos cerca de 20 mil motoboys que trabalham em Curi­­ti­­ba fizeram o cadastro obrigatório até ontem. Depois de um ano e três me­­ses que a Urbanização de Curi­­tiba (Urbs) começou a fazer o cadastro, só 14,5% dos profissionais es­­tão registrados, o que reforça a in­­formalidade predominante no se­­tor. Uma lei federal estipula que, a partir de quinta-feira, os con­­­­du­­tores que não estiverem re­­gu­­lamentados sejam autuados. Con­­­tudo, esse prazo deve ser estendido na capital e a nova data-limite de­­pende de uma reunião entre o Ba­­­­ta­lhão de Polícia de Trânsito (BPTran) e a Urbs ainda não agendada.

Com o objetivo de regulamentar a profissão e capacitar os motofretistas, algumas exigências foram feitas a todos os profissionais por meio de leis – Lei Municipal 11.738/2006, Decreto Municipal 742/2008 e Lei Federal 12.009/2009. Além de fazer um curso específico ofertado pelos órgãos de trânsito, os motoboys devem apresentar documentos, identificar a moto com o número de seu cadastro, instalar equipamentos de segurança e trocar a placa do veículo. Em Curi­tiba, o processo de cadastramento começou em 7 de abril de 2009.

A Urbs havia anunciado que os motociclistas irregulares passariam a ser notificados a partir de 1.º de janeiro deste ano, o que não ocorreu. O motociclista flagrado prestando serviços de motofrete sem cadastro está sujeito a multa de R$ 85,13, quatro pontos a me­­nos na carteira de habilitação e apreensão do veículo. Segundo a Urbs, por enquanto os condutores não cadastrados têm recebido orientações. Operações de fiscalização podem começar no início de agosto, mas nenhuma data foi estabelecida para o início do trabalho.

Sem fiscalização

Sem fiscalização, muitos motoboys deixem de fazer o cadastro. "Não vou fazer o curso. Não acho ne­­cessário", diz o motofretista Cristiano Alves. "É mais uma ma­­neira do governo ganhar mais. É per­­da de tempo." Há os que não enxerguem benefícios no cadastramento. "Não temos benefício ne­­nhum. Se aumentasse o salário, mas isso não acontece", avalia Mar­­celo Martins. "Me cadastrei porque pediram. É mais um obstáculo." Para cumprir todas as exigências, cada motoboy gasta cerca de R$ 500.

Já o motofretista autônomo Antonio Cezar Carriel, há 20 anos no ramo, vê na regulamentação uma vantagem profissional. "Por enquanto os benefícios são mínimos, mas deve melhorar assim que a fiscalização começar. Deve aumentar o serviço para quem está regularizado", afirma.

O presidente do Sindicato dos Condutores de Motonetas, Moto­cicletas e Si­­milares de Curitiba e Região (Sintramotos), Tito Mori, reclama que falta fiscalização nas empresas que contratam motoboys. "Falta envolvimento dos se­­tores de fiscalização ao cobrar e fa­­zer valer os direitos desses trabalhadores", avalia. Defensor do ca­­dastro, Mori acredita que a fiscalização retire muitas motos das ruas. Ele lamenta a pouca procura pela regularização. "As empresas estão na informalidade e estão mantendo os funcionários nela. Essa é a realidade do mercado." Estima-se que 75% dos motoboys trabalhem sem registro profissional em Curitiba.

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