A média mensal de transplantes de órgãos realizados no Estado de São Paulo teve um aumento de 30% no mês passado, justamente quando a família da adolescente Eloá Pimentel, assassinada tragicamente pelo ex-namorado, autorizou a doação dos órgãos da menina. "Nunca registramos um impacto como esse", afirma o coordenador da Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde, Luiz Augusto Pereira.
Segundo ele, nem a doação dos órgãos do músico dos Titãs, Marcelo Fromer, em 2001, nem a cirurgia que deu um novo coração ao ator Norton Nascimento, em 2003, incrementaram tanto a lista de doadores em São Paulo. Até o ano passado, os hospitais do Estado faziam em média 30 transplantes por mês. Já em janeiro de 2008 esse número começou a subir e passou para 36. Mas outubro foi um mês à parte. A média de cirurgias para transplantes de órgãos chegou a 47.
Como nenhum estudo foi feito, Pereira diz que não é possível relacionar categoricamente o crescimento à decisão da família de Eloá de doar os órgãos. "Mas os números nunca foram tão evidentes."
No total, sete pessoas foram beneficiadas com os órgãos da adolescente de Santo André. No Estado, 14.191 pessoas estão na fila de espera por um órgão. Para cada órgão há uma lista única. Quando a situação de um paciente se agrava muito ele pode, depois de passar por exames que comprovem seu estado de saúde, ser priorizado na fila.
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