A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), em Piracicaba, interior de São Paulo, vai punir cinco estudantes apontados como autores de um cartaz que ligava alunas da instituição a críticas sexuais e racistas. O objeto ficou exposto em um espaço interno da Esalq em junho e causou grande repercussão nas redes sociais.
O diretor da unidade, Luiz Nussio, afirmou nesta quarta-feira (9) que a sindicância que apurava o fato foi finalizada e que falta apenas o aval da procuradoria-geral da USP para que seja definida a aplicação da punição. De acordo com ele, os alunos podem receber desde uma advertência até uma eventual expulsão. Os acusados terão direito de recorrer.
O cartaz se dividia em três tópicos: “b** fedida”, “teta preta” e “sociedade do anel”, dividindo alunas mulheres por estas classificações sexuais, com seus codinomes na universidade. Quando um aluno ingressa na USP, assim como em outras instituições, ele é apelidado pelos veteranos e acaba tendo de usar o nome em festas e outros eventos sociais.
“Não gostamos da ideia de se naturalizar este tipo de ocorrência. Espero que nós possamos punir os responsáveis, para que passem a entender que existe uma repressão firme”, disse o diretor em uma audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O diretor disse ainda que o caso foi encaminhado ao Ministério Público Estadual.
Ainda de acordo com Nussio, a sindicância foi a que teve resultado mais rápido na história da Esalq. Só neste ano, foram instaladas 16 apurações internas relacionadas a alunos e funcionários, mas nenhuma foi finalizada até agora.
Entre elas está a reabertura – a pedido do reitor Marco Antonio Zago – da investigação de um caso de estupro que ocorreu há 12 anos na universidade.
A Esalq foi uma das unidades da USP que mais recebeu críticas e denúncias durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou casos de violação aos direitos humanos em universidades paulistas, no início deste ano. Dentre os episódios relatados está o de um aluno que disse ter sido envenenado por um produto agrícola e o da aluna que contou ter sido estuprada em uma república.
Audiência
O evento contou com a presença de duas estudantes - Élice Botelho, de 22 anos, e Maryane Andrade, de 21. Em seus discursos, elas afirmaram haver “conivência constante no campus” com ações deste tipo. Relataram ainda que um professor da unidade, que não teve o nome revelado, teria dito em uma aula que a publicação do cartaz é culpa das próprias estudantes. Em resposta, o diretor da Esalq ressaltou que está estudando mudanças na grade curricular da unidade para inclusão de disciplinas que contemplem os direitos humanos.
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