O empreiteiro José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix, uma das empresas envolvidas na Lava Jato, relatou na semana passada, em Brasília, o pagamento de propinas para obtenção de contratos em quatro órgãos públicos. A peculiaridade é a existência de duas empresas estatais sob comando tucano no estado de São Paulo: a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e a Dersa Desenvolvimento Rodoviário. As informações são da revista Época e foram publicadas na edição deste sábado (15).
De acordo com a reportagem, Antunes fez seu relato a quatro procuradores da Advocacia-Geral da União (AGU) e outros quatro integrantes da cúpula do Ministério da Transparência na última terça-feira. Ele também falou sobre propinas pagas em contratos com a estatal federal de ferrovias Valec e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), ligado ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação.
A delação teria sido feita para que seja fechado uma espécie de acordo de leniência (colaboração premiada para empresas, que implica o pagamento de multa e confissão dos delitos cometidos pela companhia) no qual a recompensa seria a possibilidade de voltar a ter contratos com o poder público, dos quais a Engevix está afastada desde que foi flagrada na Operação Lava Jato.
Procurada, a Dersa informou que tomou conhecimento da denúncia através da reportagem da Época. Em nota, a empresa informou que: “embora o texto não revele efetivamente informações concretas a respeito dos supostos repasses mencionados, tais como o envolvimento de funcionários da Companhia, valores repassados e de que forma eles teriam sido efetuados, a DERSA irá apurar, como sempre faz diante de qualquer denúncia de irregularidade em suas atividades, a procedência dos fatos mesmo que vagamente descritos na reportagem.”
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