Depois de mais uma visita ao presídio da Papuda, em Brasília, para visitar o ex-ativista Cesare Battisti, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse besta quinta-feira (19) que o italiano permanecerá em greve de fome, aguardando a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o pedido para que ele seja extraditado para a Itália.
Suplicy contou que Battisti perdeu nove quilos e que está "relativamente calmo e um pouco enfraquecido". "Ele vai manter a greve de fome, mas tem a clara percepção, a esperança que poderá receber a condição de refugiado no Brasil e ter uma vida normal", informou o senador.
Suplicy e o advogado do ex-ativista, Luís Roberto Barroso, foram as primeiras visitas recebidas no presídio por Battisti, após a sentença do Supremo Tribunal Federal (STF) que deu ao presidente Lula a palavra final sobre entregá-lo ou não às autoridades italianas para cumpri a pena de prisão perpétua pelo envolvimento no assassinato de quatro pessoas.
A conversa durou uma hora e meia. O advogado acredita que o presidente vai confirmar a "decisão política do governo já tomada" e negar a extradição. Na avaliação de Suplicy, Lula tem "razões consideráveis" para manter no Brasil o ex-integrante do movimento Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).
O senador citou supostas falhas nos processos contra Battisti julgados pelas Cortes italianas e europeias - como a de ele não ter tido o direito de escolher um defensor da sua livre e espontânea vontade - como elementos que justificariam a permanência de Battisti no Brasil. "As denúncias contra ele foram feitas por delatores premiados e não há qualquer perícia técnica consistente que comprove ter ele realizado os assassinatos", acrescentou.
Para o advogado de Battisti, a decisão de Lula será "política" e deve reiterar a postura de seu governo. "Nem veria como uma probabilidade a iniciativa do presidente entregar Battisti à Itália", afirmou. "Não fui consultado sobre a greve de fome, meu conselho é que ele interrompa a greve porque temos muitas confiança na prudência política e solidariedade histórica do presidente".
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