
O plenário da Câmara dos Deputados cassou nesta tarde o mandato do paranaense André Vargas (sem partido). Foram 359 votos favoráveis à cassação, 1 contra e 6 abstenções. Vargas respondeu processo por quebra de decoro pelo envolvimento com Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato. O único voto favorável a Vargas foi do deputado Zé Aírton (PT-CE).
Entenda as relações de André Vargas com o doleiro Alberto Youssef
Com mais de três horas de duração, a sessão foi marcada por uma série de manobras para tentar encerrá-la sem uma decisão. Se não fosse cassado, Vargas não seria alcançado pela inelegibilidade de oito anos prevista na Lei da Ficha Limpa e poderia voltar a participar de eleições a partir de 2016.
Defensor de Vargas na Comissão de Constituição e Justiça, José Mentor (PT-SP) presidiu interinamente a discussão e chegou a encerrar a sessão, após duas horas de duração, por falta de quórum (havia 230 presentes, quando eram necessários 257). Na sequência, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), restabeleceu os trabalhos.
Vargas não compareceu, nem indicou um advogado ou colega para defendê-lo. Com isso, Eurico Júnior (PV-RJ) foi designado "a contragosto" para ler a defesa que já havia sido apresentada pelo paranaense na CCJ. Segundo Alves, Vargas faltou à sessão por estar hospitalizado, em recuperação de uma cirurgia.
Vargas é acusado de favorecimento de Youssef em negócios com o governo federal. O deputado teria intermediado interesses do laboratório Labogen, de propriedade do doleiro, com o Ministério da Saúde. O elo entre os dois veio à tona com a divulgação de escutas que mostravam que o ex-petista viajou com a família para o Nordeste, de férias, em um avião arranjado por Youssef.



