O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) disse ontem que a avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que sua candidatura à Presidência da República prejudicaria a da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, está "errada". "O santo Lula nesse assunto está errado", afirmou ele, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Ao retornar das férias, na terça-feira (2), o deputado avisou que resistirá à pressão do Planalto, que prega a união da base aliada no palanque da ministra. "Mantenho a minha candidatura à Presidência da República.
Um dia após a divulgação da pesquisa do Instituto Sensus pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), Ciro afiou o discurso e bombardeou a aliança entre o PT e o PMDB. "Não estou de acordo com o resultado da colisão PT-PMDB. A moral dessa aliança é frouxa, é um roçado de escândalos já semeados. Amanhã, pode nos deixar com a brocha na mão.
Ciro Gomes também descartou sair candidato para disputar o governo de São Paulo, outra proposta do presidente. "Não sou candidato ao governo de São Paulo e falei isso para o Lula", disse. Dilma e Ciro quase se encontraram na terça-feira, antes do almoço, na cerimônia que marcou a reabertura dos trabalhos legislativos, na Câmara. O deputado, porém, chegou atrasado e nem viu a chefe da Casa Civil deixar o Salão Verde.
Pela pesquisa CNT/Sensus, a presença de Ciro no páreo garante a realização do segundo turno e impede a vitória de Serra, postulante do PSDB, na primeira rodada. Mesmo assim, o governo avalia que esse cenário não se sustenta quando começar a campanha de fato. Com Ciro na disputa, Dilma chega bem perto de Serra, segundo o levantamento realizado entre os dias 25 e 29 de janeiro. Ela tem 27,8% das intenções de voto e Serra, 33,2%. Ciro fica em terceiro lugar, com 11,9%, e a senadora Marina Silva (PV) em quarto, com 6,8%.
Saia-justa
Durante a cerimônia na Câmara, o vice-presidente José Alencar roubou a cena. Apesar de emocionar a plateia ao falar sobre sua luta contra o câncer no abdome, ele acabou provocando uma saia-justa política quando disse que "vice não tem voto". Sentado ao lado do presidente da Câmara, Michel Temer (SP) - nome que o PMDB quer emplacar como vice na chapa de Dilma, apesar da resistência no governo e nas fileiras do PT -, Alencar agradeceu a Lula por ocupar o Planalto.
"Sou vice graças ao presidente. Ninguém vota no vice. Vota no titular", insistiu. Temer, que pouco antes o homenageara no discurso como "exemplo de vida e de político", não esboçou reação. Ficou impassível.
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