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Celso Nascimento

A torcida de Requião e o vice de Pessuti

Não se sabe bem se é torcida, simples pressentimento ou informação séria a mensagem que o governador Roberto Requião postou em seu Twitter, na internet, segundo a qual a presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, será mesmo indicada para vice de Osmar Dias, do PDT. E que, diante disso, chegou a hora de Orlando Pessuti, do PMDB, pensar num nome para ser seu companheiro de chapa.

É visível que Requião está se lixando para fazer de Pessuti o seu sucessor. Enquanto viaja Brasil afora brincando de candidato a presidente da República, na verdade quer mesmo é aproveitar a chance de eleger-se senador com facilidade. Daí a hipótese de que a mensagem no Twitter está mais para torcida do que para informação: ele torce para que Gleisi não dispute o Senado e concorra a vice de Osmar.

A torcida tem fundamento. Se o PSDB for inteligente, lançará Gustavo Fruet – nome que poderá crescer e atrair o considerável segmento do eleitorado que não vota de jeito nenhum em Requião e tem ojeriza ao PT. O prestígio nacional que conquistou como deputado federal, somado a uma boa campanha, coloca Fruet, portanto, na posição de forte candidato a conquistar uma das duas vagas.

Diante disso, a outra parte do eleitorado dividirá seus votos entre Requião e Gleisi – com um detalhe importantíssimo: ninguém duvida que, para o PT paranaense, mais do que eleger Osmar Dias, as prioridades são as de garantir boa votação para Dilma Roussef e... e a vitória de Hoffmann! Lula e a máquina petista estarão a postos para torná-la senadora.

Logo, a campanha de Re­­quião, agarrado somente à fragilidade de Pessuti, cabeça da chapa peemedebista, pode sofrer um perigoso processo de emagrecimento ao longo da campanha.

Com a experiência da apertadíssima eleição de 2006, quando derrotou Osmar Dias por esquálidos 10 mil votos, o governador não esconde o desejo de que o PT tire Gleisi do seu caminho. Para ele, esta é a fórmula mais certa para livrar-se de um provável sufoco. Em troca, deixa de fazer afagos ao tucano José Serra e abraça de vez a campanha de Dilma.

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E quanto ao vice de Pessuti? Taí uma coisa, lembrada agora pelo governador, de que pouco se falou até hoje. Puxa! é mesmo! Quem será o vice de Pessuti? Nos últimos oito anos, o PMDB paranaense acabou ficando sem partidos aliados. Até mesmo o PT, que ainda divide o governo, procura um adversário de Requião para ser seu sucessor.

Restaram praticamente apenas dois partidos ao PMDB – o PCdoB e o PV. Todos os demais posicionam-se ao lado do PSDB de Beto Richa ou estão dispostos a engordar a aliança PDT/PT de Osmar Dias.

O PV não poderá ser vice de Pessuti, já que terá candidato próprio – o funcionário Mello Viana, que em eleições anteriores fez figuração em favor de Requião. Do PCdoB, o nome mais forte é o do ex-secretário de Esportes, Ricardo Gomyde, que se tornou desafeto do governador ao ser demitido por demonstrar simpatia a Richa.

Sobraria ao PMDB, então, sair de "chapa pura". Quem arriscará a carreira para abraçar essa missão? Um nome lembrado é o do próprio presidente do partido, Waldyr Pugliesi – um dos raros deputados que restaram na trincheira de Pessuti.

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