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celso nascimento

“Herança Derosso” custa mais que sede nova da Câmara

A Câmara Municipal de Curitiba começa a decidir a partir de segunda-feira (9), com votação definitiva já na quarta (11), o projeto da comissão executiva que devolve os R$ 54 milhões que os vereadores economizaram durante anos para construir um novo edifício-sede. A grana vai fazer bem para as combalidas finanças do prefeito Gustavo Fruet (PDT), mas o projeto original contém uma condicionante: para ter o dinheiro, o prefeito deve assinar compromisso de iniciar as obras do prédio em dois anos.

De olho na reeleição, porém, alguns vereadores apresentaram substitutivo que retira esta condição e torna o projeto mais palatável à opinião pública (e aos eleitores, claro), e pelo qual a Câmara desiste da nova sede e libera a prefeitura para gastar o dinheiro em saúde, educação, transportes, asfalto, segurança... De preferência em seus respectivos redutos eleitorais e em objetos definidos por eles.

A polêmica será decidida pelo voto nesta questão do prédio – que a comissão executiva considera essencial, já que as atuais instalações são inseguras (caso do centenário edifício da Barão do Rio Branco, onde funciona o plenário) ou são insalubres e insuficientes para abrigar as estruturas de gabinete dos 38 vereadores e das áreas administrativas.

Este, porém, na visão do presidente da Casa, Ailton Araújo (PSC), chega a ser um problema menor frente a todas as outras históricas distorções, grande parte delas herdada da longa presidência do ex-presidente João Cláudio Derosso, que ocupou o cargo por 15 sucessivos anos. Tais distorções, quando vistas no conjunto e a médio prazo, custam aos contribuintes mais que o prédio novo.

Professor conhecido pela disciplina rígida que impunha às escolas em que foi diretor, Araújo encontra dificuldades para “domar” alguns feudos internos da Câmara que facilitaram a criação de privilégios. Caso, por exemplo, dos inúmeros funcionários de carreira cujos salários chegariam a R$ 42 mil mensais se não fossem limitados pelo redutor que os impede de ganhar mais do que o subsídio de R$ 25 mil pago ao prefeito e não reajustado desde 2013.

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