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Paraná em liquidação

O professor Belmiro Valverde, dono de verve e humor cáusticos, costumava repetir a história do sujeito que, imprudentemente, se endividou até os tubos no cheque especial e teve de vender o único carro da família para saldar a dívida. Ótimo! Ficou no azul mas, em compensação, passou a andar a pé, pronto para se endividar de novo para comprar outro carro de tanto a família reclamar do desconforto e ser criticado pela diminuição do patrimônio.

O governo estadual personifica o hipotético endividado descrito pelo sempre lembrado duas vezes secretário do Planejamento, uma das quais na gestão de José Richa, em 1983/84. Para cobrir dificuldades de caixa, o filho agora decidiu colocar o Paraná em liquidação: quer vender 61 imóveis “inservíveis” na tentativa de arrecadar R$ 100 milhões. Tudo bem: vai pagar parte dos credores, mas, em compensação, ficará sem os bens – assim como o sujeito que deixou a família sem o carro. Não erra quem achar a coisa um tanto parecida com as tradicionais promoções do comércio para torrar saldos, às vezes para fugir da concordata.

Entre os imóveis “inservíveis” – segundo anota reportagem desta Gazeta do Povo – está um terreno de 36 mil metros quadrados no bairro do Tarumã, proximidades do Detran e do Joquei Club do Paraná. Outra área “inservível” é uma de 165 mil metros quadrados situada no município de Cruzeiro do Sul, no Noroeste, a poucos quilômetros de Maringá. O governo revela que já haveria interessados na compra do imóvel para nele instalar um aeroporto.

A venda dos bens precisa de autorização da Assembleia, que ontem recebeu o anteprojeto de lei formulado pelo Executivo. Da justificativa consta que a manutenção dos imóveis [...] constitui-se medida desaconselhável, especialmente por implicar na necessidade de emprego de recursos humanos e financeiros na sua administração e conservação”.

E completa abrindo uma porta de esperança para os paranaenses: “Com o resultado da alienação desses imóveis, é esperada a melhoria da eficiência e eficácia na gestão do patrimônio imobiliário estadual, bem como a otimização de sua destinação.”

Ainda bem.

Longo recesso

Discretamente, sem muita divulgação além da obrigatória publicação no Diário Oficial, o governador assinou o decreto 9568, do dia 4 último, instituindo “recesso funcional no âmbito do Poder Executivo Estuadual durante as festividades de Natal e Ano Novo”.

A não ser os setores que prestam serviços essenciais, todas as repartições não terão expediente entre os dias 24 de dezembro a 3 de janeiro – isto é, a folga será geral por 11 dias.

O recesso preocupa os prefeitos: é bem no finzinho do mês que eles recebem o duodécimo do ICMS. A Fazenda estadual fará o repasse este ano ou só em janeiro?

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