Nas cerca de três horas em que prestou depoimento à Polícia Federal (PF), via mandado de condução coercitiva da operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mostrou claramente incomodado com a situação. No período, ele se levantou por várias vezes para buscar café. Também preferiu circular pela sala no Aeroporto de Congonhas, onde foi conduzida a oitiva, ao invés de se manter sentado na maior parte do tempo. Ao menos em uma ocasião, bateu sonoramente em cima da mesa com papéis para chamar a atenção.
O pãozinho “salvador”
Para responder a algumas perguntas, Lula foi irônico e sarcástico. Também rebateu com outras perguntas, como com questionamentos de como andavam as investigações da PF sobre o possível envolvimento de um partido da oposição no esquema. O clima de insatisfação foi amenizado apenas quando os assessores do ex-presidente chegaram com diversas sacolas de comida, justificando que não havia dado tempo de o “presidente” tomar café da manhã. Lula se serviu com um pão francês com recheio desconhecido. O petista ofereceu pães de queijo a todos, mas os integrantes da PF rejeitaram o agrado, afirmando que já haviam tomado café da manhã.
Fala, Moro I
O juiz Sergio Moro participou nesta semana de dois encontros com empresários. O primeiro, na quarta-feira, ocorreu no Castelo do Batel, local conhecido pelas festas promovidas pela alta sociedade curitibana. O encontro do Grupo Lide era em formato de jantar-debate. O magistrado iniciou a fala com uma brincadeira: “Eu gosto desse formato porque, se a palestra não valer em nada, pelo menos vale o jantar”. Enquanto empresários, juristas e políticos se esbaldavam com champanhe e mignon, Moro exaltou que o combate a corrupção deve partir do próprio empresariado em não aceitar propina.
Fala, Moro II
Ao final do evento de quarta, os convidados puderam fazer perguntas ao magistrado. Um deles, o deputado federal Índio da Costa (PSD-RJ), questionou como poderia colaborar, como parlamentar, na aprovação do projeto de lei das Dez Medidas Contra a Corrupção. “Vou ter que frustrá-lo”, respondeu Moro. “Essa é uma iniciativa do Ministério Público, eu apoio. Mas, como magistrado, não posso me envolver diretamente com atividade política (...). O que me causa mais espécie é que parecia que as instituições estavam falando no deserto, que o problema de corrupção sistêmica não era algo percebido pelos nossos representantes eleitos. Num contexto dessa espécie, os representantes eleitos têm que se mexer para aprovar e melhorar nossas instituições. Eu sinceramente estou para ver uma iniciativa relevante nessa matéria. O que eu vi foram projetos apresentados para dificultar e não para ajudar”, cutucou.
Fala, Moro III
Outra presença política ilustre no jantar do Lide foi da vice-governadora Cida Borghetti, hoje filiada ao PP, uma das legendas alvo da Lava Jato.
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