O déficit primário deste ano pode somar R$ 85 bilhões, incluindo o pagamento das “pedaladas fiscais”, disse à Reuters nesta q uarta-feira (21) uma fonte do governo com conhecimento sobre o assunto. Segundo a fonte, que pediu para não ser identificada, os desembolsos com as chamadas pedaladas chegariam a cerca de R$ 35 bilhões, mas os números finais ainda não foram fechados pela equipe econômica.
Diante do quadro de recessão e baixa confiança dos agentes econômicos, o governo vai mudar a meta de superávit primário –- economia feita para pagamento de juros da dívida pública – deste ano para reconhecer um déficit. O rombo, sem contar as pedaladas, está sendo estimado em torno de R$ 50 bilhões.
Em julho, o Executivo já havia reduzido a meta de superávit primário do setor público consolidado para este ano a R$ 8,7 bilhões, ou o equivalente a 0,15 por cento do PIB, mas incluiu a possibilidade de abatimento de até 26,4 bilhões de reais no caso de frustrações de receitas. Isto, na prática, já abria o caminho para déficit de até R$ 17,7 bilhões. Essa primeira mudança ainda não recebeu o aval do Congresso.
Reajuste da gasolina e corte no Bolsa Família viram alternativa à CPMF
Leia a matéria completaO Tribunal de Contas da União (TCU) investiga a continuidade das chamadas “pedaladas fiscais”, que são o atraso pelo Executivo no repasse de recursos a instituições financeiras públicas para o pagamento de benefícios sociais e subsídios.
O Ministério Público junto ao TCU apontou “pedaladas” de 40 bilhões de reais no primeiro semestre do ano, sendo parte delas referentes a equalizações de taxas de juros devidas ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no âmbito do Programa de Sustentação de Investimentos (PSI).
Nesta manhã, o ministro da Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que há expectativa de frustração nas receitas deste ano, mas que o governo ainda calcula o tamanho do rombo para definir nova meta de primário até sexta-feira, levando também em conta o eventual pagamento das chamadas “pedaladas fiscais”. O governo ainda conta com algumas receitas extraordinárias neste ano, como as concessões de hidrelétricas marcadas para o próximo dia 6, que poderiam gerar receitas de R$ 11 bilhões neste ano.
Mas o cenário é adverso. No início deste mês, por exemplo, o governo viu frustradas suas expectativas de arrecadar até R$ 1 bilhão com a venda de blocos exploratórios de petróleo, diante do momento de crise na Petrobras e de queda nos preços globais do petróleo.
Caiado e Marçal cobiçam apoio de Gusttavo Lima para eleições em 2026
Moraes pede manifestação da PGR sobre passaporte de Bolsonaro; assista ao Sem Rodeios
Troca de comando na Câmara arrisca travar propostas que limitam poder do STF
Governo do Tocantins vive crise política deflagrada após investigações da Polícia Civil
Deixe sua opinião