O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), disse nesta quinta-feira em entrevista à rádio CBN que a perda dos repasses de royalties de petróleo, aprovada ontem pelo Senado, vai comprometer o pagamento aos aposentados do funcionalismo estadual e a realização dos projetos necessários para a realização da Copa de 2014 e das Olímpiadas de 2016. Até dívidas do estado com a União ficarão comprometidas, afirmou o governador. Mas ele disse confiar no veto aos cortes pela presidente Dilma Rousseff.
Ficaram comprometidas as finanças do estado completamente. Tem duas características muito graves. Não só (compromete) Copa e Olímpiadas. Fica também comprometido o pagamento aos aposentados e o pagamento à União, disse Cabral.
Ele disse que o estado gasta os royalties de petróleo de maneira "transparente", sendo cerca de R$ 2 bilhões anuais em dívidas com a União e o resto é dividido entre o pagamento de funcionários públicos aposentados do estado do Rio e repasses para o Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam).
O Senado impôs ontem nova derrota ao Rio e ao Espírito Santo, principais estados produtores de petróleo do país. Com aval da União, foi aprovado, em votação simbólica, o substitutivo do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que redivide todas as receitas da exploração, incluindo aquelas obtidas nas áreas já licitadas.
A sessão foi pautada por grande tensão e troca de acusações entre os estados produtores e as demais unidades da federação. As perdas para os cofres fluminense e capixaba são estimadas em R$ 4,3 bilhões somente em 2012, chegando a R$ 7,5 bilhões sete anos depois. Segundo estimativas do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), somente o Estado do Rio e seus 86 municípios deixarão de ganhar R$ 3 bilhões já em 2012. Os estados não produtores receberão R$ 8 bilhões.
Nesta quinta-feira, Cabral disse confiar no veto à redivisão dos royalties e citou que isso deve ocorrer "independentemente" do fato de Dilma ter obtido maioria dos votos válidos no estado fluminense, para se eleger no ano passado.
"Eu custo a acreditar que a presidente Dilma vá sancionar uma aberração jurídica dessa natureza. Independente do estado e de ter tido 70% dos votos no segundo turno, de eu ser aliado ao governo federal, ela sabe o quanto que há um ferimento grave no aspecto instutcional. É um débâcle na conta de 87 municípios (que recebem royalties no estado do Rio)", disse o governador.
Na entrevista, ele criticou por diversas vezes o fato de o projeto de lei alterar a partilha de royalties inclusive para os campos de petróleo já licitados, o que considerou um retrocesso para a legislação do país.
"É como se eu questionasse um benefício fiscal ou política tributária nacional para o estado de Minas Gerais ou Amazonas. Regras não podem ser alteradas no meio do jogo".
“A era de ouro dos EUA começa agora”, diz Trump em discurso como novo presidente
Trump confirma declaração de emergência nacional na fronteira e envio de tropas
Biden concede indulto a membros da família minutos antes de deixar o poder
Direita brasileira aposta em Trump para superar impasse institucional no país
Deixe sua opinião