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Conselho de Ética amplia elementos de investigação contra Cunha

Em pedido de compartilhamento ao STF, relator inclui inquérito que trata de propina

Defesa de Eduardo Cunha deve recorrer da inclusão de novos elementos. | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Defesa de Eduardo Cunha deve recorrer da inclusão de novos elementos. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ao pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) o compartilhamento de documentos relacionados a fatos apurados na representação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o relator do caso no Conselho de Ética, Marcos Rogério (DEM-RO), aumentou os elementos de investigação contra ele.

No pedido, Rogério faz referência explícita ao inquérito em que o presidente da Casa virou réu, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusado de ter recebido propina por meio do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano.

O pedido de compartilhamento das provas ainda será enviado, de ofício, pelo presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA) para o Supremo Tribunal Federal e também para a Procuradoria Geral da União. Marcos Rogério viajou e deixou os pedidos prontos. A medida poderá levar a defesa de Cunha a recorrer, alegando que o representado não pode ser surpreendido com a inclusão de novos elementos na representação.

Para garantir o voto do deputado Paulo Azi (DEM-BA), Marcos Rogério alterou seu parecer e retirou do relatório a indicação ao artigo do Código de Ética que tratava do recebimento ilícito de vantagem. Pelo relatório, o processo investigaria apenas o fato de Cunha ter contas no exterior e de ter mentido sobre isso quando falou na CPI da Petrobras.

A investigação sobre as contas de Cunha está sendo feita em outro inquérito no qual Cunha está sendo denunciado pelo Ministério Público por quatro crimes e que ainda não foi submetido a julgamento pelo Supremo.

De acordo com assessores jurídicos do Conselho de Ética, o pedido não amplia o rol de provas, até porque quem decide o que enviar ao órgão é o Supremo e o MP. E que, as provas chegando, serão analisadas pelo relator.

Indagado sobre a ampliação de novas acusações à sua representação no Conselho de Ética, no pedido de compartilhamento de documentos feito por Marcos Rogério, Cunha foi irônico, sinalizando reprovação. O presidente comparou a ação do governo que acabou conseguindo barrar a juntada, no processo de impeachment de Dilma Rousseff, da delação do senador Delcídio Amaral e a decisão de ampliar a investigação no seu caso.

“É o que eu falei. Faz isso na comissão do impeachment para ver o que eles fazem”, disse Cunha.

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