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Construtora Delta lavou R$ 307 mi em obras viárias e do Pan do Rio, diz PF

Lavagem de dinheiro ocorria por meio de 18 empresas de fachada criadas pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira

Parque Aquático Maria Lenk, que será usado na Olimpíada, foi obra da Delta usada para lavar dinheiro. | Ricardo Cassiano/Prefeitura do Rio
Parque Aquático Maria Lenk, que será usado na Olimpíada, foi obra da Delta usada para lavar dinheiro. (Foto: Ricardo Cassiano/Prefeitura do Rio)

As investigações da Polícia Federal e do MPF (Ministério Público Federal) que deram origem à Operação Saqueador, na manhã desta quinta-feira (30), descobriram que a construtora Delta cometeu irregularidades em obras do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e na construção do parque aquático Maria Lenk, obra realizada em 2006 para o Pan do Rio de 2007. O parque aquático será local de competição na Olimpíada. Lá serão disputadas provas de salto ornamental.

Entre 2007 e 2012, segundo os investigadores, a Delta lavou R$ 370 milhões por operadores escolhidos pelo esquema que realizaram pagamentos a 18 empresas de fachada criadas pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso esta manhã em Goiânia. Já entre 2006 e 2012, o Dnit repassou à empresa cerca de R$ 11 bilhões à Delta. O MPF constatou fraudes em licitação, superfaturamento, desvios de verba pública e pagamentos indevidos em projetos de infraestrutura.

Alvos da operação

“Em cada uma das obras que conseguimos identificar, a Delta obteve alguma vantagem. No caso do parque Maria Lenk houve uma dispensa indevida de licitação. Há casos em que as obras sequer foram feitas”, explicou o procurador da República Leandro Mitidieri.

Até às 12h desta quinta, três haviam sido presas. Duas em Goiás: além de Carlinhos Cachoeira, ainda foram detidos o diretor Cláudio Abreu, diretor da Delta. Em São Paulo, a PF prendeu o empresário Adir Assad. Outros dois ainda não foram detidos. Um deles, no Rio, é o empresário Fernando Cavendish, dono da Construtora Delta. Cavendish deixou o Brasil no último dia 22. A PF acredita que ele deve fazer algum contato com a polícia nas próximas horas. O outro procurado, este em São Paulo, é Marcelo Aboud. A sua defesa já fez contato com a PF informando que ele irá se entregar nas próximas horas.

A Operação Saqueador descobriu um esquema montado, de acordo com o procurador da República Leandro Mitidieri, pela Delta Construções para lavar dinheiro de propina repassados à agentes públicos. Para tentar descobrir o caminho do dinheiro, peritos da Polícia Federal passaram 30 dias realizando análises contábeis na documentação da Delta.

“Seguimos o dinheiro ao inverso tentando chegar à origem. Assim conseguimos o vínculo direto com as obras públicas”, afirmou o delegado Tácio Muzzi, da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor).

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