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Cunha perde PSDB e ganha governistas

Para oposição, deputado firmou pacto com o Planalto para travar o impeachment

Ignorado por Cunha, líder do PSDB, Carlos Sampaio (à tribuna), pede o afastamento do peemedebista. | Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
Ignorado por Cunha, líder do PSDB, Carlos Sampaio (à tribuna), pede o afastamento do peemedebista. (Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

Denunciado sob acusação de envolvimento no petrolão e dono de patrimônio oculto no exterior, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), perdeu na quarta-feira (11) o apoio de parte da oposição, mas recebeu o suporte das principais siglas governistas.

O que acontecerá com Eduardo Cunha?

As próximas etapas do processo contra o presidente da Câmara no Conselho de Ética.

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Nota assinada por PMDB, PR, PTB, PP, PSD, PSC, Solidariedade (este de oposição) e outras 6 legendas nanicas ratifica “o total apoio e confiança” na condução que Cunha vem fazendo no comando da Câmara, além de defender que ele tenha direito ao princípio constitucional da presunção da inocência.

Redigido no gabinete da liderança do governo na Câmara, o texto foi apoiado nos bastidores pelo PT e pelo Planalto, que, porém, não o subscreveram para não imprimir digitais tão claras de apoio a Cunha. As bancadas que assinaram o texto somam 246 dos 513 deputados.

A divulgação da nota foi uma reação ao anúncio público do rompimento do PSDB, o principal partido de oposição, com o presidente da Câmara.

Nos últimos tempos, o peemedebista vinha negociando apoio contra o processo de cassação de seu mandato com governo e oposição. Os dois lados tentavam influenciá-lo, cada qual em uma direção, sobre a decisão de dar sequência ou não ao principal pedido de impeachment contra Dilma Rousseff (PT), que há 22 dias repousa em sua gaveta.

Rompimento

O PSDB formalizou o rompimento em uma entrevista coletiva, na divulgação de uma nota e em uma manifestação no plenário da Casa, no momento em que Cunha presidia a sessão. As explicações do peemedebista para negar o envolvimento no escândalo do petrolão foram classificadas pela legenda como “desastrosas”.

A sigla reiterou o pedido de que Cunha se afaste da presidência e afirma que não participará mais das reuniões que ele venha a promover com líderes partidários.

Além disso, indicou que votará pela cassação de Cunha no Conselho de Ética caso ele não apresente provas contundentes de sua inocência.

A inflexão do PSDB deve ser seguida por DEM e PPS, deixando apenas o Solidariedade ao lado de Cunha no campo oposicionista.

A mudança tem duas razões. A primeira: a certeza de que Cunha firmou um pacto com o governo para travar o impeachment em troca de ter o empenho dos governistas contra sua cassação. A segunda: a percepção de que chegou a um limite o desgaste público de manter a defesa do presidente da Câmara mesmo com todas as evidências que pesam contra ele.

“O PSDB não me apoiou na minha eleição à presidência. (...) Cada um tem o direito de se posicionar como quer”, se limitou a dizer Cunha. Nos bastidores, porém, ele demonstrou grande insatisfação com a “deslealdade” que atribui aos tucanos.

Entenda o caso

Cunha foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República sob a acusação de envolvimento no escândalo de desvio de recursos da Petrobras. Depois vieram à tona dados de que omitiu patrimônio milionário em contas na Suíça, o que ele havia negado em depoimento à CPI da Petrobras. Só recentemente Cunha admitiu a ligação com essas contas, que ele diz serem lícitas.

Minimizou

Ao se posicionar publicamente sobre o distanciamento do PSDB, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou irritação e defendeu o direito de cada sigla “se posicionar como quer”, contestando ainda o fato de tucanos serem seus aliados. Contra isso, argumentou que o partido apoiou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) nas eleições para a presidência da Câmara.

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