
“Confio em que nossos deputados, no Conselho de Ética, votem pela admissibilidade.” A mensagem, de apenas 81 caracteres, acelerou de modo inimaginável o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT). Postado no Twitter em 1.º de dezembro passado, o texto do presidente nacional do PT, Rui Falcão, significava que, enfim, o partido rompia com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. A admissibilidade a que o post se refere era a do processo de cassação do deputado, até hoje emperrado no Conselho de Ética da Câmara.
Até então, Cunha e o PT vinham fazendo uma estranha dança de aproximações e afastamentos, evitando a guerra que – ambos sabiam – podia ser fatal para os dois lados. Ao decidir que a situação de Eduardo Cunha era insustentável (a Suíça acabava de anunciar que ele mantinha dólares em contas secretas no país), o petismo se lançou na batalha que chegou no último domingo a outra admissibilidade: a do impeachment de Dilma.
O caminho de dezembro do ano passado a abril de 2016 talvez pudesse ter sido evitado pelo PT, mas, na verdade, desde a reeleição, Dilma e seus aliados sabiam que o segundo mandato tendia a ser turbulento. Ao lado, veja os dez momentos cruciais que levaram a presidente reeleita com 54 milhões de votos a ficar encurralada nas cordas, sem conseguir nem sequer um terço dos votos na Câmara para evitar que o processo fosse enviado para julgamento do Senado.



