O senador Delcídio do Amaral (sem partido) acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nomeado ministro da Casa Civil, de comandar o esquema de desvio de recursos da Petrobras para financiar campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores (PT). A denúncia foi feita em entrevista à edição da revista Veja que chega às bancas neste sábado (19).
“O Lula negociou diretamente com as bancadas as indicações para as diretorias da Petrobras e tinha pleno conhecimento do uso que os partidos faziam das diretorias, principalmente no que diz respeito ao financiamento de campanhas. Lula comandava o esquema”, afirmou Delcídio, que também apontou a participação da presidente Dilma Rousseff. “A Dilma herdou e se beneficiou diretamente do esquema, que financiou as campanhas eleitorais dela. A Dilma também sabia de tudo. A diferença é que ela fingia não ter nada a ver com o caso”, prosseguiu.
Presidência diz que Delcídio faz “ataques mentirosos” contra Dilma
Leia a matéria completaDelcídio do Amaral foi preso em novembro de 2015 pela Operação Lava Jato, por tentar organizar a fuga de Nestor Cerveró, um dos operadores de propina dentro da Petrobras, sob acusação de obstruir o trabalho da Justiça. O senador ficou detido por três meses. Neste meio tempo, firmou um acordo de delação premiada, homologada no dia 15 de março pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavaski.
À Veja, Delcídio afirmou que até o meio de 2015, Lula e Dilma atuavam de maneiras distintas em relação ao avanço da Lava Jato.
“O Lula tinha a certeza de que a Dilma e o José Eduardo Cardozo tinham um acordo cujo objetivo era blindá-la contra as investigações. A condenação dele seria a redenção dela, que poderia, então, posar de defensora intransigente do combate à corrupção. O governo poderia não ir bem em outras frentes, mas ela seria lembrada como a presidente que lutou contra a corrupção”, disse à revista.
No mesmo dia em que a delação de Delcídio foi homologada, o vazamento de uma conversa entre José Antonio Mazagão, assessor do Senador, e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, foi o primeiro ato para envolver Dilma com a tentativa de deter o avanço da operação. Na conversa, Mercadante se propõe a ajudar Delcídio caso ele desista da delação. Dilma disse que o ministro agiu sozinho.
Um dia depois, a retirada do sigilo das investigações da Polícia Federal a Lula trouxe à tona uma conversa telefônica entre Dilma e o ex-presidente, na qual subentende-se que a nomeação de Lula para assumir o ministério da Casa Civil seria uma maneira de dar a ele foro privilegiado e levar qualquer investigação a seu respeito direto para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta sexta-feira (18), o juiz Gilmar Mendes, do STF, suspendeu a nomeação de Lula ao ministério da Casa Civil e determinou que o seu caso seja julgado por Sergio Moro.
Moraes impede viagem de Bolsonaro aos EUA para participar da posse de Trump
Mudança no monitoramento de conteúdo do Facebook põe em xeque parceria com o TSE
Após derrota do governo com o Pix, grupo vai acionar Nikolas Ferreira na Justiça; assista
Governo publica MP que proíbe taxar Pix e o equipara ao pagamento em espécie
Deixe sua opinião