Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
lava jato

Denúncias dominam dia de presidenciáveis

Enquanto Dilma acusou oposição de tentar dar um golpe com as investigações na Petrobras, Aécio disse que estatal foi assaltada nas barbas do governo

Segundo Paulo Roberto Costa, esquema de desvio serviria para abastecer PT, PP e PMDB | Luis Macedo/ Câmara dos Deputados
Segundo Paulo Roberto Costa, esquema de desvio serviria para abastecer PT, PP e PMDB (Foto: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados)

A corrupção foi o tema central ontem dos eventos de campanha e do horário eleitoral dos dois presidenciáveis. A presidente Dilma Rousseff (PT) acusou a oposição de usar as investigações da Petrobras para dar um golpe no país e listou cinco medidas que vai tirar do papel para punir corruptores. Já o tucano Aécio Neves afirmou que a maior empresa brasileira foi assaltada "nas barbas" do governo.

"Eles [oposição] jamais investigaram, jamais puniram, jamais procuraram mudar esse crime terrível que é o crime da corrupção. Agora, na véspera eleitoral, sempre querem dar um golpe. E estão dando um golpe. Esse golpe nós não podemos concordar", disse Dilma, para militantes do PT em Canoas (RS).

Numa fala de cerca de dez minutos, a candidata à reeleição repetiu parte do que já havia dito mais cedo em entrevista em Brasília, quando atacou o que chamou de uso eleitoral do processo de investigação da Petrobras. Na capital federal, a petista criticou a divulgação de depoimentos sobre corrupção na estatal e afirmou que os papéis não devem ser usados "de forma leviana em períodos eleitorais".

Na última quinta-feira, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef depuseram à Justiça Federal no Paraná e deram detalhes sobre o suposto desvio de recursos da Petrobras, que, segundo Costa, serviria para abastecer PT, PP e PMDB.

"Que haja de fato interesse legítimo, real e concreto de punir corruptos e corruptores, mas que não se use isso de forma leviana em períodos eleitorais e de forma incompleta, porque nós não temos acesso a todas as informações", criticou a presidente.

No horário eleitoral, o programa petista listou escândalos de corrupção do PSDB que não foram julgados, como a suposta compra de votos no Congresso no governo FHC para aprovar a reeleição no Executivo; o mensalão mineiro; e o cartel no metrô de São Paulo, denunciado pelo Ministério Público. Dilma ainda prometeu agilizar o julgamento de corruptos.

Resposta

No contra-ataque à adversária, Aécio se disse indignado com as denúncias envolvendo a Petrobras. "Nesta sexta, ficou clara a diferença de posição entre a candidata e a presidente, que disse ser estarrecedor o vazamento dos depoimentos dos envolvidos no petrolão. Considero estarrecedor os depoimentos, esses crimes que foram cometidos de forma contínua. Assaltaram a maior empresa brasileira nas barbas desse governo, sem reação desse governo. Estamos indignados com o que aconteceu com a Petrobras."

Destacando o tema durante seu programa eleitoral, o tucano afirmou ainda que, se eleito, promoverá uma investigação profunda das acusações. "A corrupção se institucionalizou no seio da maior empresa brasileira. Agora é o tesoureiro do PT, quem sustenta a estrutura partidária, acusado de receber esses recursos da corrupção. Se eleito presidente, nós vamos a fundo. Vamos estimular todos os órgãos para que as investigações possam ir no limite do que seja necessário, e todos os culpados possam ser exemplarmente punidos."

Defesa de Cerveró diz que delação premiada de Costa é ilegal

Estadão Conteúdo

A defesa do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró reforçou, em nota divulgada ontem, a linha que adotará em relação aos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, alega que a delação premiada de Costa e Youssef é ilegal, pois foi acertada sob coerção e prisão dos dois.

"As declarações de Paulo Roberto Costa devem ser analisadas com reservas. Ele estava sob pressão, já que estava preso e na expectativa de que sua família fosse, também, processada e presa", diz a nota do advogado. Nessas condições, argumenta, o depoimento não poderia ser considerado espontâneo. "Toda e qualquer forma de violência ou ameaça, física ou moral, na obtenção da deleção premiada, leva à invalidade da prova."

Cerveró foi o autor do relatório que embasou a aprovação da compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), pelo Conselho de Administração da Petrobras em 2006. A investigadores da Operação Lava Jato, Paulo Roberto Costa disse que houve pagamento de propina na compra da refinaria. Ele teria admitido que recebeu R$ 1,5 milhão de propina no negócio.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.