Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Eleições 2010

Depois da crise com Ciro, Dilma muda rota

Orientação é que a pré-candidata não vá a compromissos em que a base aliada esteja dividida. Mudança, porém, não se restringe ao roteiro

Dilma Rousseff fará correção de rota na campanha. Depois da crise provocada pelo deputado Ciro Gomes (PSB), que saiu da disputa escancarando a mágoa com o governo, a orientação é para que a candidata do PT à Presidência não vá a roteiros onde a base aliada estiver dividida.

A insatisfação com o comando da campanha petista chegou a ser exposta com todas as letras em reunião da Executiva Nacional do PT, na terça-feira. Àquela altura, porém, a cúpula do partido não esperava o destempero verbal de Ciro. O desfecho do episódio serviu para reforçar a necessidade de Dilma afagar os aliados, e não apenas os do PMDB.

Dilma iria a Goiânia nesta semana, mas a viagem caiu antes de ser confirmada por causa da divisão dos partidos que apoiam sua candidatura. De um lado está o PMDB de Iris Rezende, candidato ao governo. De outro, o PR de Vanderlan Cardoso, que postula a mesma vaga.

As mudanças na campanha, no entanto, não se resumirão aos roteiros. O discurso da ex-ministra – visto como muito técnico – será sustentado por três eixos nessa nova etapa: juventude, mulheres e programas sociais. O PT quer exibir Dilma como a mulher que coordenou os principais projetos do governo em benefício dos mais humildes. "Ela é a alma do governo Lula", resumiu Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Antídoto

Apesar de toda a exposição, a petista ainda é desconhecida pela maioria do eleitorado. É por isso que o núcleo da campanha quer reforçar o seu vínculo com os programas sociais. Na avaliação do Planalto, esse é o antídoto para combater a pecha de que ela está despreparada para dirigir o país.

Até Ciro foi na mesma toada ao dizer que o tucano José Serra é "mais preparado, mais legítimo e mais capaz" para dirigir o país do que Dilma. "E como Serra vai unir o Brasil? Com três partidos?", provocou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ao lembrar o discurso do tucano no lançamento de sua pré-candidatura, quando recebeu o aval do PSDB, DEM e PPS.

Na tentativa de se apresentar como a herdeira "legítima" de Lula, Dilma vai visitar obras de programas que comandou como ministra. Mesmo com críticas de petistas que cobram propostas novas, a estratégia da comparação entre o governo Lula e FHC será mantida. "Alguns ajustes são naturais, mas ninguém vai deixar de fazer uma disputa plebiscitária, até porque o slogan do ‘pode mais’, do Serra, não vai colar", afirmou o deputado Geraldo Magela (DF), secretário de Assuntos Institucio­nais do PT.

Além de dar cada vez mais entrevistas para programas populares, Dilma quer reeditar a aliança com prefeitos. No diagnóstico do governo, a parceria pode compensar a dificuldade na montagem de palanques nos Estados.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.