Aumentou nesta terça-feira (3) a pressão para que seja instalada uma CPI para apurar as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira com deputados e senadores. O deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) já protocolou pedido de instalação de uma CPI e o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), disse que há elementos suficientes para criar a comissão.
A possibilidade de abertura de uma CPI foi levantada em plenário pelo líder do DEM, ACM Neto (BA). Mais cedo, o senador Demóstenes Torres (GO) pediu afastamento do partido após ser ameaçado de expulsão por suas relações com Cachoeira. Torres foi flagrado em investigação da Polícia Federal negociando com Cachoeira e passando informações sobre o andamento de projetos no Senado.
ACM Neto ganhou o apoio do líder do PT, Jilmar Tatto (SP). "A bancada do PT é favorável a uma CPI e acho importante todos os partidos se pronunciaram sobre isso. Temos que apurar o que está por trás dessas relações, porque foi provado que Cachoeira mantinha contato não só com políticos, como o Demóstenes, como com promotores e juízes", disse o petista. Depois dele, o líder do PR, Lincoln Portela (MG), seguiu a mesma linha: "queremos dar celeridade à instalação de uma CPI".
Para sair do papel, basta uma assinatura do presidente da Câmara. Há deputados, no entanto, que defendem uma investigação mista, com a participação também de senadores. Para isso, algum senador teria que colher pelo menos 27 assinaturas entre os seus colegas.
Para o presidente da Câmara, há elementos para a abertura de uma CPI. "A minha opinião é que já há elementos suficientes para uma investigação, já que há linhas de contato dele com o Executivo, Legislativo e com os meios de comunicação", disse Marco Maia.
Na avaliação de Maia, fica cada vez mais evidente de que o contraventor tinha ligação com outros políticos, inclusive do poder Executivo. Ele acredita ainda em ligações de Cachoeira com o Judiciário.
Integrantes da Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção discutiram o assunto nesta tarde com Maia. O presidente da frente, deputado Francisco Praciano (PT-AM) defendeu que as apurações sobre o envolvimento de deputados com Cachoeira sigam além da representação que já foi aberta na Corregedoria da Casa em relação ao deputado Rubens Otoni (PT-GO). Maia disse que os processos que chegarem à corregedoria serão imediatamente encaminhados à mesa da Câmara e, então, à Comissão de Ética.
Encerrada a reunião com Maia, Praciano informou que a Frente encaminhou representações na corregedoria contra mais dois deputados: Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO). Ainda não foi decidido encaminhar representações em relação a Jovair Arantes (PTB-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ), cujos nomes também estão relacionados a envolvimento com Cachoeira.
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