A destituição do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) da liderança do governo pela presidente Dilma Rousseff provocou três efeitos imediatos: a suspensão das votações desta terça-feira (13) na Câmara, ou mesmo de toda a semana, acirramento na disputa na bancada do PT entre os grupos de Vaccarezza e do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e a desconfiança do PMDB sobre o acordo de eleger o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) presidente da Câmara em 2013.
A saída de Vaccarezza surpreendeu deputados aliados de Dilma e da oposição. Não que o líder não estivesse na mira, desde o ano passado, de rumores de que deixaria o cargo. Aliados de Vaccarezza apontam a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT-SC), como a principal articuladora por sua saída junto ao Palácio do Planalto. No entanto, a troca não era esperada para hoje.
Interlocutores do Palácio do Planalto na Câmara afirmam que a mudança dos líderes, Vaccarezza e Romero Jucá (PMDB-RR), que deixou a liderança do governo no Senado, foi precipitada por uma inconfidência do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Dilma se reuniu com Renan para dizer que trocaria Jucá pelo senador Eduardo Braga (PMDB-AM) no final da tarde de segunda-feira (12). Sem pedir segredo, Renan chegou ao Senado e anunciou a mudança e teria contado ainda sobre a saída de Vaccarezza. A presidente pretendia esperar a definição do substituto de Vaccarezza antes de destituí-lo.
A cúpula do PMDB ainda não digeriu a troca de Jucá por um senador considerado "independente" ou "dissidente", dependendo do tom de desagrado do peemedebista que faz a referência. Na insegurança de votar e com a dispersão da base, o presidente da Câmara cancelou a reunião de líderes para tratar da pauta que estava marcada para a tarde hoje. O acerto anterior era de que os deputados votariam nesta semana o projeto do Código Florestal. Como o governo não concorda com a possibilidade de alteração do texto aprovado pelos senadores, a paralisia foi conveniente ao Palácio do Planalto.
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