Governadores
Tucanos decidem que não farão oposição
Agência Estado
Mais cooperação e menos oposição. Esse foi o entendimento de consenso tirado pelos oito governadores eleitos e reeleitos pelo PSDB, que participaram em Maceió de um encontro para tirar uma posição em comum com relação ao governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, do PT.
Segundo o presidente nacional do PSDB, senador pernambucano Sérgio Guerra, não cabe aos governadores fazer oposição ao governo federal. "Essa é uma tarefa partidária, que está mais afeita à bancada do partido na Câmara e no Senado. Mesmo assim, vamos fazer oposição de qualidade", afirmou Guerra.
Para o anfitrião do encontro, o governador Teotônio Vilela Filho, Alagoas sempre teve uma boa relação com o presidente Lula, mesmo sendo governado por um partido de oposição. "Com a presidente Dilma tenho certeza que não será diferente", acrescentou.
O governador de Goiás também adotou o mesmo discurso. "Não existe governo contra governo", afirmou Marconi Perillo. Além dele e do anfitrião, participaram do encontro mais seis governadores tucanos eleitos ou reeleitos neste ano: Geraldo Alckmin (São Paulo), Antonio Anastasia (Minas Gerais), Beto Richa (Paraná), Siqueira Campos (Tocantins), Simão Jatene (Pará) e Anchieta Júnior (Roraima).
A presidente eleita, Dilma Rousseff, oficializou ontem os nomes de Antonio Patriota, no Ministério de Relações Exteriores; Fernando Pimentel, no Desenvolvimento, Indústria e Comércio; Aloizio Mercadante, na Ciência e Tecnologia; além da permanência de Nelson Jobim, na Defesa. Dilma ainda confirmou a indicação de Giles Azevedo para o cargo de chefe de gabinete, que não tem status de ministério.Com os novos nomes, Dilma já confirmou 20 ministros sendo dez do PT, seis do PMDB, um do PR e três sem filiação partidária. Entre esses futuros ministros, quatro perderam as eleições. Agora, ficam faltando as indicações de 17 ministérios.
Dilma queria indicar uma mulher para o Itamaraty, mas não encontrou nenhuma em condições de assumir o ministério. Por isso, optou por Patriota, de quem é próxima. Atualmente o ministério é comandado por Celso Amorim, um dos ministros mais longevos da gestão Lula.
Integrante do PT de Minas Gerais, Pimentel é considerado da cota pessoal de Dilma, de quem é amigo desde a adolescência. Pimentel foi derrotado, em outubro, na disputa ao Senado por Minas. Outros que perderam as eleições são Mercadante, Ideli Salvatti (PT-SC), ministra da Pesca, e o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), que retomou o Ministério dos Transportes os três acabaram derrotados na disputa aos governos de seus estados.
Cota pessoal
A continuidade de Jobim na Defesa foi uma sugestão do presidente Lula. Apesar de ser filiado ao PMDB, ele também entrou na cota da petista. Depois de um desgaste com os peemedebistas, Dilma anunciou o espaço do PMDB: Agricultura, nas mãos de Wagner Rossi (atual ministro); Previdência, com o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN); Turismo, com o deputado Pedro Novais (MA); além de Edison Lobão, em Minas e Energia, e Moreira Franco, na Secretaria de Assuntos Estratégicos.
No governo Dilma, o PMDB sai menor do que no governo Lula. Perdeu Saúde, Integração Nacional e Comunicações. A expectativa dos peemedebistas é de que sejam recompensados no segundo escalão.
A presidente eleita escolheu petistas lulistas para a chamada cozinha do Planalto: Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Antonio Palocci (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça) e deslocou Paulo Bernardo do Planejamento para as Comunicações. Outra petista, a deputada reeleita Maria do Rosária ficará com a Secretaria de Direitos Humanos.
Há alguns dias, Dilma confirmou sua equipe econômica: Guido Mantega, que permanece na Fazenda, Miriam Belchior, para o Planejamento, e Alexandre Tombini para o Banco Central.
Dilma continua conversando com os aliados. A expectativa é que sejam fechados nomes do PSB e do PCdoB.
Deixe sua opinião