O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, se disse "surpreso" com as investigações da Polícia Federal sobre suposto esquema de desvio de recursos da Petrobras destinados a royalties a Estados e municípios e com o fato de um dos alvos da suspeita ser o diretor Vitor Martins, irmão do ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo, Franklin Martins. "Muito me estranha. Justo ele que está longe de ser liberal e é o que mais espezinha para ter tudo corretamente", disse Lima após deixar o seminário "Crise Mundial: as oportunidades para o Brasil", realizado pelo grupo Companhia Brasileira de Multimídia (CBM), na Escola Superior de Guerra, no Rio.
Martins, segundo a revista Veja desta semana, estaria sendo investigado como suspeito de ser o operador de um esquema para desviar dinheiro público destinado pela estatal a royalties. A Petrobras paga esse tipo de compensação a cerca de 900 municípios de 10 Estados. Nos últimos 10 anos, foram distribuídos mais de R$ 35 bilhões. Martins é o encarregado pela fixação das regras de cálculo dos royalties e desde 2007 executa um plano de divulgação da medida em todo o País. "Vejo um forte viés político, não na investigação da PF, mas nesta matéria veiculada na revista", disse.
Ele classificou a operação da Polícia Federal como sendo uma "tempestade em copo d'água". Os dados apontados pela Polícia Federal, disse o diretor, são "desconexos". "Nem ele (Vitor Martins) nem a ANP cometeram irregularidades no repasse das compensações para os municípios", disse Lima, afirmando que a reguladora tem sido rigorosa neste sentido. O diretor não soube dizer se haverá uma comissão interna para apurar as denúncias. Segundo ele, no âmbito interno, a reguladora "não se sente parte envolvida" na investigação da PF.
Ele também afirmou que "o próprio diretor Vitor (Martins) também já procurou seu advogado para se defender". O diretor também lembrou que Martins "está afastado da gestão da Análise Consultoria desde 19 de maio de 2005 para cuidar de outras tarefas". Hoje o cargo está sob o comando do diretor Nelson Narciso.
Eleição de Trump ajuda na alta do dólar, mas maior vilão foram gastos excessivos de Lula
Empresas que controlam prisões privadas esperam lucrar com deportações prometidas por Trump
Peter Thiel, o bilionário que emplacou o vice de Trump e deve influenciar o governo
Lula fecha os olhos ao drama das crianças ucranianas
Deixe sua opinião