Curitiba e São Paulo - O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, cobrou da adversária Dilma Rousseff (PT) explicações sobre o vazamento de dados de quatro pessoas ligadas à cúpula tucana, insinuando que ela seria a responsável pela quebra do sigilo. "Dilma tem de dar explicações ao Brasil do que aconteceu, por que foi feito [o acesso aos dados fiscais] e quem são os responsáveis."
Serra classificou o vazamento de dados para um produzir um suposto dossiê contra ele como uma "modalidade criminosa" de campanha. "Não é a primeira vez que eu sofro deste tipo de baixaria. Vocês lembram o dossiê dos aloprados, comandado pelo atual candidato do PT ao governo de São Paulo [Aloizio Mercadante]. Agora tem mais essa. Há uma permanente guerra de baixaria", afirmou o tucano.
Ele ainda alfinetou Dilma. "Um candidato não pode ter duas caras. Tem de ter uma cara só. Não dá para brincar com o Brasil. É preciso que a pessoa tenha uma só opinião sobre questões como a liberdade de imprensa, o aparelhamento do Estado, e crimes contra a Constituição, como foi feito agora com essa quebra de sigilo."
O tucano disse ainda que o vazamento teve finalidade eleitoral, para beneficiar Dilma. "A informação inicial para o Eduardo Jorge [vice-presidente do PSDB, que teve dados vazados] foi passada pela Folha [jornal Folha de S.Paulo] como tendo sido recolhida no comitê do PT, da Dilma", disse Serra. "Isso é um crime contra a Constituição. É uma transgressão gravíssima. Trata-se do governo entrando na vida privada das pessoas e utilizando informações para finalidades eleitorais, como instrumento de chantagem."
Já o PSDB anunciou ontem que vai protocolar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma representação contra Dilma por abuso de poder político e uso da estrutura do Estado para fins eleitorais. Os tucanos afirmam que a campanha de Dilma usou a máquina pública para ter acesso a dados fiscais sigilosos de dirigentes tucanos ligados a Serra.
Marina
A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, também criticou ontem a violação de sigilos fiscais de dirigentes do alto escalão tucano. "Não se pode utilizar meios ilícitos para se conseguir informação de quem quer que seja", afirmou. "Uma campanha já é um prenúncio daquilo que se fará quando se chegar ao poder. E quem não respeita a legislação, quem não respeita as instituições antes de ganhar, que garantia teremos de que respeitará depois que chegar lá?"
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