
Pouco depois das 19 horas, os restos mortais das sete vítimas do acidente de avião em que morreu o candidato à Presidência Eduardo Campos, do PSB, deixaram São Paulo em direção às cidades em que devem ocorrer os velórios. Os corpos foram liberados pelo Instituto Médico Legal de São Paulo na tarde deste sábado (16), três dias após a tragédia.
Ao deixarem o IML, por volta das 16h20, os restos mortais das vítimas foram levados à Base Aérea de Guarulhos. Três aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) são usados para o traslado dos corpos, que seguem para Recife, Governador Valadares (MG) e Maringá (PR).
No avião C-130 Hercules estão 25 pessoas, entre amigos e familiares das vítimas, e cinco caixões - com os corpos de Campos, do fotógrafo e cinegrafista Marcelo de Oliveira Lyra, do assessor Carlos Percol, do fotógrafo Alexandre Severo Gomes da Silva, que serão enterrados em Recife, e com o ex-deputado federal Pedro Almeida Valadares Neto, que será enterrado em Aracaju (SE).
Até o Recife, serão quatro horas e meia de viagem. Na volta, a mesma aeronave parte para Aracaju com os restos mortais do ex-deputado federal.
O Brasília C-97 parte para Governador Valadares (MG) para levar o corpo do copiloto do jato, Geraldo Magela Barbosa da Cunha. Já a aeronave C-105 Amazonas vai transportar os restos mortais do piloto Marcos Martins até Maringá (PR).
Um quarto avião, transportando apenas familiares e amigos das vítimas também partiu para o Recife. A expectativa é que o corpo do ex-presidenciável chegue ao Recife entre até as 22 horas.
Da base aérea de Recife, o caixão com o corpo do ex-governador deve seguir em carro aberto do Corpo de Bombeiros até a sede do governo do estado. A pedido da família de Campos, o trajeto do cortejo fúnebre passará por bairro mais humildes da capital. Com isso, o desfile seguirá por toda Avenida Mascarenhas de Moraes, passando pelo Largo da Paz. Entrará na Estrada dos Remédios, passando pelo bairro da Torre e chegando até a Avenida Norte finalizando no Palácio do Campo das Princesas. O trajeto foi preparado durante todo o dia, com faixas, cartazes e banners em homengem a ao ex-governador.
Cerimônias
Segundo o Governo de Pernambuco, o velório do ex-governador será feito na calçada do Palácio do Campo das Princesas.
Os restos mortais de Campos, do assessor de imprensa e do fotógrafo ficarão sob um estrutura de metal coberta, onde só familiares e autoridades poderão circular. O corpo de Marcelo Lira, que também seria velado no local, irá para o cemitério Morada da Paz em Paulista, na região metropolitana.
Está prevista para as 10 horas deste domingo uma missa de corpo presente, celebrada pelo arcebispo de Recife e Olinda, dom Fernando Saburido, em frente à sede do governo de Pernambuco. O enterro de Eduardo Campos, de Carlos Augusto Percol, de Alexandre Severo e de Marcelo Lyra será às 17 horas, no Cemitério de Santo Amaro, próximo ao centro do Recife.
Além da presidenta Dilma Rousseff, que concorre à reeleição pelo PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do presidenciável pelo PSDB, Aécio Neves, e de Marina Silva, vice na chapa de Eduardo Campos, 12 governadores já confirmaram presença nas cerimônias. Também são esperados ministros, parlamentares, prefeitos, vereadores, empresários e embaixadores.
Mudança no cenário eleitoralA tragédia aérea que provocou a morte do candidato do PSB à Presidência da República coloca as eleições de 2014 em um cenário de incerteza. A partir do dia da ocorrência, a coligação de Campos tem dez dias para anunciar o substituto ou desistir do pleito. Mas, neste sábado, dirigentes do do PSB passaram a admitir que Marina Silva, vice na chapa de Campos, irá assumir a liderança da candidatura. "A Marina já sinalizou que vai assumir a candidatura", disse à Reuters o líder da bancada do PSB na Câmara, deputado federal Beto Albuquerque (RS), neste sábado.
Marina embarcou pouco antes do meio-dia deste sábado para Recife, a fim de acompanhar a missa campal, o velório e o enterro do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.
Recife de LutoRecife vive um estado letárgico desde o acidente que matou o ex-governador e presidenciável Eduardo Campos, que era casado e deixa cinco filhos. O prefeito Geraldo Júlio, também do PSB, decretou luto oficial de oito dias na capital pernambucana. Escolas e universidades suspenderam as aulas. O trânsito diminuiu e o comércio perdeu força.
Os jornais estão repletos de anúncios de empresas, associações e sindicatos em homenagem a Campos. Adversário político e candidato ao governo do estado, o senador Armando Monteiro (PTB) determinou a paralisação da campanha por uma semana. Alguns comércios e residências têm panos pretos nas janelas. É como se a cidade aguardasse a chegada da sua principal liderança política.



