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escândalo

Delação de ex-diretor da Petrobras atinge campanhas de Dilma e Marina

Revista Veja diz que depoimentos de Paulo Roberto Costa revelam que dinheiro desviado da estatal sustenta a base aliada no Congresso e que Eduardo Campos seria um dos beneficiários do esquema

Paulo Roberto Costa: ele teria dito que houve pagamento de propina na compra da refinaria de Pasadena. O negócio, autorizado por Dilma, causou um prejuízo de US$ 792 milhões  à Petrobras | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Paulo Roberto Costa: ele teria dito que houve pagamento de propina na compra da refinaria de Pasadena. O negócio, autorizado por Dilma, causou um prejuízo de US$ 792 milhões à Petrobras (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)

O esquema de desvio de dinheiro da Petrobras para pagamento de propina a políticos e partidos, delatado pelo ex-diretor de abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, atinge em cheio as duas principais candidaturas à Presidência da República – de Marina Silva (PSB) e Dilma Rousseff (PT). Segundo reportagem da revista Veja, o dinheiro desviado da Petrobras teria como um dos destinatários o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), candidato à Presidência morto no mês passado em um acidente aéreo – cuja vice na chapa era Marina. Além disso, um ministro do governo Dilma – Edison Lobão (PMDB-MA), das Minas e Energia – também seria beneficiário do esquema, bem como dezenas de parlamentares do PT e de partidos da base aliada da presidente no Congresso. A revista afirma inclusive que a verba da estatal sustentava a base de Dilma – numa nova versão do mensalão. A cúpula da Câmara dos Deputados e do Senado também estariam envolvidas.

A revista Veja ainda diz que o depoimento de Costa revelou que houve pagamento de propina na compra, pela Petrobras, da refinaria norte-americana de Pasadena – um negócio que deu prejuízo de US$ 792 milhões e que havia sido autorizado por Dilma quando ela era presidente do conselho de administração da estatal, em 2006. A revista ainda informa que, dentre os envolvidos no esquema, estariam Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro; e Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão. Os dois são aliados de Dilma. Rio e Maranhão tem grandes empreendimentos da Petrobras, assim como Pernambuco (governado por Campos).

A reportagem de Veja indica ainda que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), fazem parte do esquema de corrupção. Outros citados são os senadores Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo na Casa. Já no grupo de deputados figuram o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (SC), um dos líderes da bancada do PP. O ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mario Negromonte, também do PP, é outro envolvido, segundo a reportagem.

Já a revista IstoÉ informou que também foram citados nos depoimentos de Paulo Roberto Costa os senadores e ex-presidentes da República Fernando Collor (PRB-AL) e José Sarney (PMDB-AP) – ambos aliados do governo Dilma. Ainda não há números fechados, mas a quantidade de parlamentares envolvidos seria de pelo menos 50. O Congresso Nacional tem 513 deputados e 81 senadores.

Pena menor

Paulo Roberto Costa foi preso em março pela Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF) sob a acusação de participar de um esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef que teria movimentado R$ 10 bilhões. Sob muita resistência do Planalto e da base aliada, o Congresso instalou duas CPIs para investigar a Petrobras, citada nas investigações da Lava Jato. As CPIs, porém, pouco esclareceram devido a manobras da base aliada.

Mas, recentemente, Costa aceitou um acordo de delação premiada para que sua pena fosse reduzida, já que haveria farto material para condená-lo. Assim, começou a revelar à PF e ao Ministério Público Federal (MPF) como funcionava o esquema. Segundo os depoimentos de Costa, os político receberiam 3% do valor dos contratos da Petrobras no período em que ele esteve à frente setor de distribuição da estatal, entre 2004 e 2012.

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