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Candidatos à Presidência participam de debate no SBT | Paulo Whitaker/Reuters
Candidatos à Presidência participam de debate no SBT| Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O que disseram os três principais candidatos no debate

Dilma

Criticou Marina pela inconsistência de suas propostas, por sua posição em relação ao pré-sal e por sua defesa da independência do Banco Central e defendeu sua gestão do governo federal. Negou que o país estivesse em recessão e disse combater a crise sem causar desemprego.

"A queda na atividade econômica é momentânea. Não estamos em recessão, o consumo e o emprego aumenta, e a inflação está próxima de zero. Não enfrentamos a crise desempregando ou arrochando salários e criamos bases para um novo ciclo de desenvolvimento."

Marina

Criticou o governo federal pela atual situação da economia e disse que vai aumentar a eficiência do estado, permitindo mais gastos sociais. Negou ser contrária a exploração do pré-sal e disse que os R$ 1,6 milhão que recebeu para dar palestras são uma questão privada.

"Podemos verificar que, desde o debate anterior, Dilma não consegue fazer algo essencial: reconhecer os seus erros. Se não reconhece, não tem como repará-los. Quando algo vai bem, é 100% responsabilidade do seu governo. Quando vai mal, é culpa da natureza e da crise."

Aécio

Focou suas críticas no governo Dilma, especialmente na área econômica. Criticou o governo pela recessão técnica e acusou a presidente de investir mal em áreas essenciais, especialmente segurança e mobilidade. Interagiu com candidatos "nanicos" na maior parte do tempo.

"É preciso traduzir ao telespectador o Brasil o que é a recessão. São empregos indo embora. País que não cresce, não gera empregos, são 15 mil postos de trabalho a menos na indústria. Essa é a herança perversa desse governo. Precisamos de um novo ciclo de governo."

O SBT, em conjunto com a rádio Jovem Pan, o portal UOL e o jornal Folha de S. Paulo, realizou nesta segunda-feira (1º) o segundo debate entre os candidatos à presidência da República nas eleições de 2014. O programa foi fortemente polarizado entre as candidatas Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB), que tiveram várias oportunidades de embates diretos – enquanto Aécio Neves (PSDB) interagiu com candidatos "nanicos" durante a maior parte do tempo. Além dos três principais candidatos, outros quatro postulantes participaram do programa: Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSol), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidélix (PRTB). O programa começou às 17h45 e acabou por volta das 19h45.

Empatadas em primeiro lugar segundo a última pesquisa Datafolha*, divulgada na última sexta-feira (29), as duas candidatas foram claras em definir seus alvos preferenciais. Dilma reforçou a crítica às supostas incoerências do programa de Marina. Na primeira pergunta, por exemplo, ela questionou de onde a candidata tiraria R$ 140 bilhões para cumprir seus compromissos de campanha. A atual presidente também questionou as posições da candidata do PSB sobre a exploração do pré-Sal.

Já Marina criticou fortemente os resultados do governo Dilma, especialmente na política econômica, e falou da suposta incapacidade da presidente em admitir eventuais equívocos durante seu governo. Ela reforçou, também, seu discurso da nova política.

Sem ser considerado um alvo preferencial para as duas candidatas, Aécio teve poucas oportunidades de interagir com as adversárias. Ele também foi prejudicado pelo sorteio – somente no terceiro bloco teve a oportunidade de questionar Dilma. O candidato focou suas críticas à política econômica do atual governo, se referindo em vários momentos à recessão técnica que o país vive – dado divulgado na última terça-feira.

Na parede

O primeiro e o terceiro bloco foram de perguntas diretas entre os candidatos. No segundo, os candidatos responderam a perguntas de jornalistas, que colocaram os candidatos "na parede" em diversos momentos.

Marina foi questionada por receber R$ 1,6 milhão para dar palestras em empresas, em contratos com cláusula de confidencialidade. Dilma foi questionada sobre a recessão técnica. Já Aécio foi perguntado sobre escândalos de corrupção do PSDB. A pergunta mais dura, entretanto, foi dirigida a Everaldo: um jornalista perguntou sobre um processo ao qual o candidato responde por ter, supostamente, agredido sua ex-mulher.

Nanicos

Luciana, novamente, fez crítica à política macroeconômica dos três principais candidatos e acusou Marina de ser uma "linha auxiliar" do PSDB. Jorge defendeu, novamente, a descriminalização das drogas e do aborto, e promoveu um "alívio cômico" ao dizer que não tinha "nada a ver" com uma questão que deveria comentar. Já Everaldo defendeu, novamente, o estado mínimo e criticou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Fidélix criticou o excesso de juros e disse ser "a voz do brasileiro indignado".

*Metodologia

O Datafolha ouviu 2.874 eleitores em 178 municípios nos dias 28 e 29 de agosto. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Significa que, em cem levantamentos com a mesma metodologia, os resultados estarão dentro da margem de erro em 95 ocasiões. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pela Folha de S.Paulo e está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-00438/2014.

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