
Eleitores mais instruídos e menor número analfabetos. Esse é o perfil do eleitorado apto a votar nas eleições de outubro divulgado nesta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O balanço da Justiça Eleitoral revela que tanto o Paraná quanto o Brasil evoluíram quando a questão é o grau de instrução do eleitor. Em 2010, o estado tinha 300,4 mil pessoas que não sabiam nem ler nem escrever, o que representava 3,9% do eleitorado. Para as atuais eleições, o porcentual caiu para 3,4% ou 271 mil pessoas. Em todo o país, o número de analfabetos chegava a pouco mais de 8 milhões de eleitores (5,9%) do eleitorado em 2010. Quatro anos depois, houve uma redução de 617 mil pessoas nessa condição. O número caiu para 7,4 milhões ou 5,2% do total de eleitores.
INFOGRÁFICO: Veja a distribuição do eleitorado brasileiro no mapa
Em contrapartida, a quantidade de eleitores com curso superior no estado mais que dobrou em números absolutos: 309,6 mil em 2010 e 624,6 mil em 2014. Porcentualmente, o eleitorado com esse perfil subiu de 4% para 7,9%. No Brasil, o número de eleitores com curso superior saltou de 5,1 milhões para 8 milhões. Somando-se os eleitores que ainda cursam a universidade, o número sobe para 13,2 milhões, um aumento de quase 50% em relação a 2010.
Novo perfil
Pela primeira vez, o número de votantes com curso superior ultrapassou o de analfabetos. Isso pode resultar em campanhas eleitorais mais elaboradas e na eleição de candidatos mais bem preparados, de acordo com especialistas consultados pela reportagem.
Para o cientista político e professor da PUC-MG Malco Camargos, eleitores mais instruídos vão exigir mais trabalho dos candidatos e marqueteiros. "Fica mais difícil [para os candidatos] apresentar as propostas", avalia. Com o eleitor mais crítico, não é qualquer argumento que convence, explica Camargos. O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), desembargador Edson Luiz Vidal Pinto, vai ainda mais longe. Para ele, o resultado da votação também pode surpreender, com a escolha de candidatos mais bem preparados. "Sempre defendi a educação como base indispensável para o exercício da cidadania", diz. O desembargador lembra que não basta discutir, por exemplo, a reforma política sem que o eleitor saiba exatamente do que se trata. De acordo com Vidal Pinto, "um eleitor mais consciente e lúcido" pode obrigar os governantes a seguir o mesmo caminho.



