Ex-ministro de Lula declara voto em Aécio, mas vê agronegócio dividido
Ex-ministro da Agricultura entre 2003 e 2006, o coordenador do Centro de Agronegócio da FGV (GV Agro) Roberto Rodrigues, afirmou ontem que Aécio Neves (PSDB) é o candidato à Presidência da República que mais representa e se identifica com o setor. E, por isso, tem seu apoio. "O candidato que olhou [para o agronegócio], que tem compromisso, foi o Aécio Neves, até agora", disse Rodrigues, que declarou voto no tucano, ontem, em Ribeirão Preto, no interior paulista.
Segundo ele, porém, também há quem apoie Marina Silva (PSB) e Dilma Rousseff (PT). O segmento sucroenergético, por exemplo, está com a ex-ministra. Já os agricultores dependentes do crédito rural e de recursos do Plano Safra têm mais afinidade com a presidente.
Rodrigues criticou o fato de Marina, ao assumir a vaga de Eduardo Campos, morto em 13 de agosto, ter ressuscitado dois pontos "cinzentos" para o agronegócio: a revisão dos índices de produtividade para fins de reforma agrária e o desmatamento zero "Marina ressuscitou o famoso índice de produtividade, que não faz mais sentido. E o desmatamento zero é um ponto muito forte. Eu combato o desmatamento ilegal, mas é perfeitamente possível abrir áreas para a produção de alimentos."
Beto Albuquerque
Também ontem, o vice na chapa de Marina, Beto Albuquerque, defendeu que o agronegócio no Brasil "precisa ser tratado com respeito, mais apoiado e menos atacado". Ao participar da série Entrevistas Estadão, ele disse que o Ministério da Agricultura foi esvaziado politicamente e em termos orçamentários no atual governo, da presidente Dilma Rousseff. "Um ministro da Agricultura não pode ficar um ano sem falar com a presidente", afirmou.
Estadão Conteúdo
Candidata do PSB foca contra-ataque em Dilma
Marina Silva (PSB) respondeu às criticas de adversários e focou os contra-ataques na presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, em entrevista coletiva no Rio. Por duas vezes, ela fez ressalvas à política de incentivo do governo federal na gestão do PT. "Dilma tem que explicar por que R$ 500 bilhões foram repassados a meia dúzia de empresários, o que equivale a 24 anos de Bolsa-Família", disse. Marina afirmou lamentar que tenha de dar resposta a ataques dos adversários em vez de apresentar suas propostas. "Não vou admitir que fofocas, mentiras, sejam o que vai pautar um debate sério", afirmou.
Folhapress
Polarizando até agora a disputa presidencial, as campanhas de Marina Silva (PSB) e Dilma Rousseff (PT) apresentaram ontem propostas semelhantes a respeito da reforma tributária e de eventuais modificações na legislação e encargos trabalhistas. Nenhuma delas pretender mexer na CLT, mas se comprometem a propor mudanças no sistema de cobrança de impostos.
O vice na chapa de Marina Silva (PSB), Beto Albuquerque, afirmou que mudanças nos encargos trabalhistas não devem ser uma prioridade. "O encargo trabalhista hoje é caro porque o custo tributário do país é maior ainda", disse. Segundo ele, o importante, neste momento, é o esforço para enviar um projeto de lei de reforma tributária ainda em janeiro de 2015 para o Congresso.
Segundo Albuquerque, os princípios da reforma devem ser a simplificação dos tributos, além de uma negociação com os estados e municípios. Para o vice de Marina, é possível acabar com a guerra fiscal em torno das diferentes alíquotas de ICMS desde que se dê uma contrapartida aos estados, como negociação das dívidas com a União, por exemplo, e desde que a reforma seja feita de forma fatiada, com períodos de transição.
Tosse de vaca
Dilma também tratou ontem dos direitos trabahistas. Disse que o 13.º salário, as férias e as horas extras não serão alterados na legislação trabalhista "nem que a vaca tussa". Mas a presidente admitiu que é preciso haver mudanças nos impostos. Apesar disso, a proposta da petista é menos ampla do que a sugerida pela campanha de Marina, voltando-se sobretudo a pequenas e microempresas.
Segundo Dilma, é preciso permitir faixas tributárias de transição para que as pequenas e microempresas possam crescer sem ser sacrificadas. Hoje, os micro e pequenos empresários podem se enquadrar no Supersimples sistema de tributação simplificado. Mas se o faturamento deles aumenta e deixa a faixa máxima estabelecida, passam a pagar imposto como as empresas grandes.
Segundo a presidente, a evolução das empresas tem que acontecer de forma gradual, como se fosse por meio de uma "rampa" e nas de escadas. "Porque o degrau não pode ser tão alto, que ao dar o passo você sacrifique o seu negócio", disse.
Marina: "Temos o maior mensalão da história"
Estadão Conteúdo
A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, classificou ontem o suposto esquema de corrupção que envolve o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como "o maior mensalão da história". Marina afirmou que, se eleita, não permitirá indicações políticas, e afirmou que "o PMDB e outros partidos" colocaram "um diretor na Petrobras que transformou o mensalão em mensalinho". "Agora temos o maior mensalão da história do país. Porque nunca na história deste país se viu um escândalo como esse", completou.
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