
Procurada pela cúpula do PSB ontem, Marina Silva deu aval ao partido para que inicie consulta aos principais dirigentes da legenda sobre a possibilidade de que ela assuma a candidatura à Presidência da República no lugar de Eduardo Campos, que faleceu na última quarta-feira em um acidente aéreo. O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, e o coordenador-geral da campanha de Campos, Carlos Siqueira, se encontraram com a ex-senadora em São Paulo.
A reportagem apurou que Amaral disse a Marina vice na chapa de Campos que o partido irá iniciar consulta aos governadores, congressistas e principais prefeitos da legenda sobre o rumo a ser tomado após a morte de Campos. Em seguida, perguntou se a ex-senadora tinha objeção de que seu nome fosse apresentado nessa sondagem como opção de candidatura.
Segundo relatos, Marina afirmou que não se opunha. Desde o acidente de quarta-feira, ela tem evitado tratar de política em respeito ao luto pela morte do companheiro de chapa. De acordo com o cronograma detalhado por Amaral, o resultado da consulta será levado para a executiva do partido, que tem reunião marcada para quarta-feira, em Brasília, para definir a candidatura.
Avaliação
Segundo o presidente do PSB, o mais provável é que Marina Silva seja a candidata do partido à Presidência. "O mais provável é que Marina seja a candidata, mas tomaremos essa decisão apenas no dia 20", afirmou Amaral, que negou ter resistências ao nome da ex-senadora. Questionado se há uma articulação para fazer de "Dona Renata", viúva de Campos, vice na chapa, ele disse desconhecer esse fato: "Não tenho conhecimento, mas ela seria um grande nome".
Amaral negou ainda ter conversado com o ex-presidente Lula sobre política após a morte de Campos: "Ele telefonou e foi muito respeitoso. Só falou da amizade que tinha por Eduardo e que tem por mim."
Resistências
Apesar de haver maioria no PSB pela escolha de Marina, há setores que resistem a seu nome. Entre outros pontos, há insatisfação pelo fato de ela ser recém-filiada ao PSB e ter deixado sempre claro que pretende deixar a legenda assim que conseguir colocar de pé o seu partido, a Rede Sustentabilidade. Além disso, o próprio Amaral, que era vice de Campos no PSB, defendia que o partido apoiasse a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
Candidata à Presidência em 2010, quando ficou em terceiro lugar, Marina tentou montar a Rede Sustentabilidade para disputar novamente o Planalto em outubro, mas não conseguiu fazer isso a tempo. Ela então se aliou a Campos em outubro de 2013 e se filiou ao PSB. Neste ano, foi escolhida como a vice na chapa ao Planalto.



