
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, aproveitou a sua quarta passagem pelo Paraná durante esta campanha, ontem, em Curitiba, para aumentar o tom das críticas ao PT e à gestão da presidente Dilma Rousseff, que busca a reeleição. Durante evento com lideranças e apoiadores no Expo Unimed, o tucano disse que o partido da sua oponente "não tem mais condições de governar" e que a eleição dele representará a "libertação do povo brasileiro". No primeiro turno, Aécio conseguiu 49,8% dos votos contra 32,52% da petista no Paraná.
Ladeado pelo governador Beto Richa (PSDB) e pelo senador Alvaro Dias (PSDB), ambos reeleitos recentemente com votações robustas, e em meio a outras lideranças tucanas, Aécio encampou novamente o discurso de Richa de que o Paraná foi vítima de preconceito do governo federal na liberação de empréstimos. "O prejuízo foi grande, mas poderia ter sido maior. Isso não irá acontecer em nosso governo. Faremos oito anos em quatro no Paraná", disse.
Aécio também voltou a citar a investigação que trata de desvios de verbas em licitações da Petrobras. "Os brasileiros estão envergonhados em ver o que se tornou a nossa maior empresa pública", comentou ele, que retrucou a afirmação de Dilma de que as denúncias da Petrobras estariam sido usadas como uma forma de "golpe" da oposição. "Só se for um golpe da democracia", disse, rindo. "Eles não admitem culpa de nada: a culpa é do fracasso da economia é da crise internacional, mesmo que os outros países estejam crescendo muito mais do que nós", disse. "O único legado deste governo será a inflação saindo do controle e a recessão da economia", emendou.
Apoio de Marina
Aécio falou também sobre o apoio que recebeu no último domingo de Marina Silva (PSB), terceira colocada na corrida presidencial com mais de 22 milhões de votos. Segundo ele, a união "foi a coroação de uma aliança pela democracia". "Não é uma aliança eleitoral, é uma decisão corajosa em favor do Brasil e de um projeto de mudança, que é o que as pessoas querem", afirmou, enfatizando que o acordo entre os dois não envolve troca de cargos e favores políticos. "Não houve nenhuma insinuação neste sentido. O nosso ponto de convergência é que é absolutamente essencial encerrarmos esse ciclo de governo e introduzir outro", disse o candidato do PSDB, avisando que deve se reunir ainda nesta com a ex-senadora.
Reação petista
O coordenador da campanha de Dilma no Paraná, deputado federal Dr. Rosinha (PT), negou que o governo federal tenha perseguido o Paraná na atual administração. Ele afirmou que as exigências para a liberação dos empréstimos foram as mesmas para todos os estados, e que o governador nunca cumpriu com a Lei de Responsabilidade Fiscal, nem quando era prefeito de Curitiba. "Geraldo Alckmin [governador tucano de São Paulo] recebeu os empréstimos mesmo sendo de oposição. O governo do Rio Grande do Sul é do PT e não recebeu os empréstimos", disse.



