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Cadeira vazia  que seria ocupada por Requião: após a confirmação de que ele não compareceria, a Gazeta propôs que seus jornalistas fossem a algum lugar indicado pelo peemedebista para sabatiná-lo, para evitar que ele se locomovesse. Mas a sugestão foi recusada | Alexandre Mazzo/ Gazeta do Povo
Cadeira vazia que seria ocupada por Requião: após a confirmação de que ele não compareceria, a Gazeta propôs que seus jornalistas fossem a algum lugar indicado pelo peemedebista para sabatiná-lo, para evitar que ele se locomovesse. Mas a sugestão foi recusada| Foto: Alexandre Mazzo/ Gazeta do Povo

Sabatinas com candidatos ao Senado

Na semana passada, a Gazeta sabatinou os candidatos ao Senado pelo Paraná. O primeiro foi Alvaro Dias (PSDB), que disputa a reeleição. Em seguida, foi sabatinado o candidato do PMDB, Marcelo Almeida. O terceiro sabatinado foi Ricardo Gomyde, do PCdoB. Os demais candidatos - Adilson Silva (PRTB), Castagna (PSTU), Luiz Bárbara* (PTC), Mauri Viana* (PRP) e Professor Piva (PSol) - foram entrevistados durante a semana, com o conteúdo das entrevistas publicado no sábado (6).

* As candidaturas de Luiz Bárbara (PTC) e Mauri Viana (PRP) foram indeferidas pelo TRE-PR. Cabe recurso no TSE.

O candidato a governador Roberto Requião (PMDB) faltou ontem à sabatina com jornalistas da Gazeta do Povo. O senador havia confirmado presença no dia 3 de setembro, mas não compareceu, de acordo com sua assessoria de imprensa, por um problema de saúde. O peemedebista fraturou a fíbula da perna direita no dia 29 de agosto e tem enfrentado dificuldades de locomoção.

O jornal organizou sabatinas com os três principais candidatos ao Palácio Iguaçu. Os encontros foram agendados em comum acordo com as assessorias das campanhas e as datas definidas por sorteio. Gleisi Hoffmann (PT) foi entrevistada na terça-feira passada e hoje é a vez de Beto Richa (PSDB).

A realização desses eventos é uma tradição da Gazeta do Povo em todas as eleições, promovida para estimular e dar transparência ao debate público. Repórteres, editores e colunistas participam da entrevista, com duração de duas horas. O formato dá oportunidade aos candidatos para apresentar propostas com mais profundidade e esclarecer opiniões sobre temas polêmicos.

Desde que machucou a perna, Requião participou de vários eventos similares. Na quinta-feira passada, foi sabatinado por jornalistas da RIC e estudantes da Universidade Positivo. No dia seguinte, fez campanha em Francisco Beltrão, no Sudoeste. Anteontem, participou da festa da Padroeira Nossa Senhora da Glória, em Cerro Azul, na região metropolitana de Curitiba.

Requião não desmarcou o compromisso de comparecer à sabatina – a assessoria só comunicou a ausência depois de procurada pelo jornal. A entrevista permaneceu na agenda do site de campanha do senador até ontem. Às 19h10 do dia anterior, ele escreveu no Twitter que entraria "em recesso" por dois dias, devido à fratura na fíbula.

Às 13h50 de ontem, o senador fez uma transmissão em vídeo, pela internet, comentando o desempenho dos candidatos no horário eleitoral gratuito. À tarde, viajou para Cianorte, no Norte do estado, onde concedeu entrevista a uma rádio.

Para facilitar a locomoção de Requião, a Gazeta do Povo preparou uma sala no andar térreo do edifício do jornal, na Rua Pedro Ivo. As demais sabatinas foram feitas em uma sala contígua à Redação, que fica no primeiro andar, com acesso por escadas. Antes dos candidatos ao Palácio Iguaçu, o jornal também sabatinou os três principais nomes da disputa pelo Senado – Alvaro Dias, (PSDB), Ricardo Gomyde(PCdoB) e Marcelo Almeida (PMDB). Todos foram recebidos no mesmo espaço e com os mesmos critérios.

Depois de saber que Requião não compareceria, a proposta do jornal foi entrevistá-lo pessoalmente em um local que ele escolhesse. A sugestão foi recusada pelo candidato, via assessoria.

Para continuar com o propósito da sabatina, a Gazeta do Povo decidiu publicar as perguntas que seriam feitas a Requião nas mesmas páginas que havia reservado para os três principais candidatos a governador (os brancos entre as perguntas correspondem ao espaço que seria destinado às respostas de Requião).

Confira as questões que os jornalistas pretendiam fazer ao candidato.

"Bagunça" é o termo preferido do sr. para se referir à gestão Beto Richa. O atual governador, no entanto, diz que as dificuldades de caixa são em grande parte herança dos seus mandatos, como no caso de uma dívida de R$ 1,1 bilhão por ter deixado de recolher valores de contribuição do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep). Qual a responsabilidade o sr. tem na situação das contas atuais do governo?

Ainda sobre essa questão da "bagunça". Em março de 2013, a Gazeta do Povo publicou um levantamento que apontou que o Paraná era a unidade da federação com mais pendências no Cadastro Único de Convênios (Cauc), que funciona como uma espécie de SPC do governo federal. O então chefe da Casa Civil, Reinhold Stephanes, que também participou do secretariado do seu governo, disse que estava trabalhando para resolver uma situação deixada pela sua gestão. A frase dele foi a seguinte: "O governo Requião, durante oito anos, não se preocupou com o Cauc". Por que a sua gestão não se preocupou com essa questão?

Nos dois últimos anos de sua gestão, 2009 e 2010, o Paraná ficou em penúltimo lugar na comparação entre todas as unidades da federação na relação entre investimento e total de despesas. Em 2009, investiu 5% de tudo que gastou, em 2010, 6,1%. A situação não melhorou significativamente no governo Richa. Por que o Paraná investe tão pouco?

Das quatro votações no Senado de empréstimos internacionais negociados pela gestão Richa, o sr. não esteve presente em duas, votou a favor em uma e contra em outra. Além disso, alertou o Tesouro Nacional e o STF sobre supostas manobras no pagamento de pessoal que deveriam inviabilizar o empréstimo de R$ 817 milhões do Banco do Brasil pelo Proinveste. Afinal, o sr. é contra ou a favor dos empréstimos?

Relatório do Tribunal de Contas do Estado divulgado no final de 2010 registrou que a Paranaprevidência tinha um rombo de R$ 3,2 bilhões, dos quais um terço foi causado pela falta de aportes por parte do governo do estado. Além disso, o governo decidiu não fazer o desconto dos inativos, conforme previsto no plano de capitalização elaborado durante o governo Lerner. O sr. considera que acertou na gestão da Paranaprevidência?

Ainda sobre contas públicas: por que o sr., que se coloca como um defensor da austeridade no gasto público, se dispôs a receber a aposentadoria de ex-governador? Não é um contrassenso, em um estado com problemas para pagar pessoal, que se pague esse benefício para "ex-servidores" que não fizeram contribuições financeiras para recebê-lo? Usar esse recurso da aposentadoria para pagar ações judiciais, como o sr. tem justificado, não é o mesmo que empurrar para o contribuinte paranaense um problema particular?

A Polícia Militar abriu um inquérito em junho para apurar o uso da estrutura do governo do estado para cuidar de 88 cavalos que seriam do sr. Não seria outro caso de dinheiro público sendo usado para fins privados?

Nos seus dois últimos mandatos, o PMDB não elegeu o presidente da Assembleia Legislativa. Além disso, o sr. perdeu os diretórios do partido em Curitiba e no Paraná. Seus aliados o acusam de sempre trabalhar em benefício próprio e não do partido. Se eleito, como pretende reagrupar o PMDB?

O sr. acumulou algumas derrotas em batalhas com viés ideológico nos seus governos: não conseguiu conter a expansão dos transgênicos; não venceu os pedageiros; não expulsou os sócios privados da Sanepar; manteve na Copel expressiva participação de sócios privados. O sr. repetiria a mesma estratégia em uma nova gestão?

Uma de suas afirmações a respeito de seus governos faz referência aos bons resultados no combate à violência e à criminalidade. Relatórios do Datasus (principal referencial para medir os índices de morbidade do país) mostram que quando o sr. assumiu o governo, em 2003, a taxa de homicídios era de 25 por 100 mil habitantes. Oito anos depois, em 2010, o sr. legou ao seu sucessor uma taxa de 34 homicídios por 100 mil habitantes. Por esses números, o aumento foi de 36%. A que o sr. atribui a contradição entre o que o sr. fala na campanha e os dados do Datasus?

Ao longo de 2009, a Gazeta do Povo fez dois grandes levantamentos sobre o uso de telefones do Projeto Povo. Em Curitiba, dos 71 celulares divulgados no site da Secretaria Estadual de Segurança Pública, só oito foram atendidos por policiais da maneira prevista. O policiamento volante continua sendo a base da sua proposta para segurança pública. O que vai mudar?

Outra questão sobre segurança pública era a falta de transparência na divulgação dos dados de criminalidade. O que será feito diferente?

Tanto a gestão do sr. quanto a de Beto Richa tiveram dificuldades em executar o porcentual mínimo de 12% dos gastos com saúde. Por que isso se tornou algo tão difícil de ser cumprido?

Na educação, o governo Richa tem buscado uma polarização com o sr. quanto ao salário dos professores. O sr., por exemplo, moveu uma ação no STF contra o piso nacional da categoria, em 2008. Qual é o posicionamento atual sobre isso?

O sr. achou correta decisão da Copel em não repassar o reajuste total da energia? O sr. tem afirmado que a energia em uma nova gestão não vai subir. Como isso é possível? Defende alguma mudança no sistema elétrico? O fim dos leilões, por exemplo? Como pretende repassar o reajuste que ficou represado neste ano?

O sr. vem afirmando durante a campanha que a substituição tributária tem matado as micro e pequenas empresas. Ao mesmo tempo, o governo tem privilegiado as grandes montadoras. Qual será a sua política tributária?

Em 2003, o sr. devolveu ao governo federal R$ 200 milhões que seriam aplicados na construção do cais oeste do Porto de Paranaguá. Alegou que faria a mesma obra pela metade do preço com recursos do próprio porto. Passadas duas gestões suas no governo e do seu irmão Eduardo na superintendência da Appa, o cais não saiu. Eleito governador agora, o sr. repetiria o mesmo gesto de devolver recursos para a União?

Como o sr. vê as novas concessões do Porto de Paranaguá? Vai aceitar o modelo proposto pelo governo federal ou tem algo a mudar? Como manter o aumento na movimentação que houve nos últimos anos, quando houve um salto de 30%?

Seu companheiro de chapa, o candidato ao Senado Marcelo Almeida (PMDB), deu a seguinte declaração sobre o uso do pedágio no debate eleitoral: "Você não pode ficar usando isso como bandeira política: ‘ou baixa ou acaba’. Você precisa falar mais a verdade". Essa continua sendo uma bandeira do sr. nesta eleição?

Qual a primeira medida que tomará ao assumir o Palácio Iguaçu?

Qual é a sua visão de longo prazo para o Paraná?

Quais são os três investimentos que considera prioritários para o estado?

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