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Só um novato lidera pesquisa para governador nos 27 estados do país

Candidato de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) é a única cara nova que lidera a corrida pelos Executivos estaduais

Paulo Câmara foi secretário de Eduardo Campos e conta com todo o apoio da família do ex-governador, morto em agosto | Wagner Ramos/PSB
Paulo Câmara foi secretário de Eduardo Campos e conta com todo o apoio da família do ex-governador, morto em agosto (Foto: Wagner Ramos/PSB)
Rudá Ricci, sociólogo |

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Rudá Ricci, sociólogo

Alvos das manifestações de junho de 2013, os políticos e partidos tradicionais estão prestes a dar a volta por cima no próximo domingo. Dos 27 nomes que lideram as pesquisas para governador, apenas um é novato em disputas eleitorais. Em 17 unidades da federação, o favorito disputa a reeleição (10 casos) ou é ex-governador (7). Nas nove restantes, o primeiro colocado é ex-congressista ou ex-prefeito.

INFOGRÁFICO: Veja o perfil dos candidatos que lideram as campanhas nos 27 estados

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Até o único estreante segue uma fórmula de sucesso antiga. No começo do ano, Paulo Câmara (PSB) foi escolhido a dedo como sucessor pelo então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que se preparava para concorrer à Presidência. Ex-secretário de Administração, Turismo e Fazenda da gestão Campos, ele seria mais um dos experimentos de "poste" inaugurados por Lula com Dilma Rousseff (PT), em 2010. A tragédia provocada pela morte do padrinho, em agosto, potencializou o desempenho nas pesquisas e deixou Câmara com chances de vencer no primeiro turno.

Também não há novatos entre os segundos colocados. O único deles que nunca exerceu mandato é o paulista Paulo Skaf (PMDB), mas que concorre a governador pela segunda vez. Skaf, contudo, tem um trunfo mais relevante que grande parte dos cargos públicos – é presidente licenciado da poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

Reeleição

Dezessete governadores disputam a reeleição. Dez deles lideram as pesquisas mais recentes, outros seis estão em segundo lugar e apenas o petista Agnelo Queiroz, no Distrito Federal, aparece na terceira posição. Desse segundo pelotão, apenas quatro correm risco de não chegar ao segundo turno – José Melo (Pros-AM), Renato Casagrande (PSB-ES), Zé Filho (PMDB-PI) e Sandoval Cardoso (SD-TO). Dentre eles, no entanto, só Casagrande foi cabeça de chapa em 2010 – o restante assumiu em abril de 2014 após renúncia dos governadores eleitos. Todos estão perdendo disputas contra ex-governadores.

Dos favoritos, quatro têm chances de se eleger no primeiro turno – Beto Richa (PSDB-PR), Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Tião Viana (PT-AC) e Raimundo Colombo (PSD-SC). Se apenas os atuais líderes das pesquisas conseguirem um novo mandato, o índice de reeleição de 2010 será de 65%. Em 2010, essa porcentagem ficou em 73% – 11 de 15 governadores conseguiram se eleger.

A perspectiva de renovação real cai quando se coloca na balança o desempenho dos ex-governadores. Além dos sete que encabeçam as pesquisas para voltar ao cargo – Waldez Góez (PDT-AP), Eduardo Braga, (PMDB-AM), Paulo Souto (DEM-BA), Paulo Hartung (PMDB-ES), Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), Welington Dias (PT-PI) e Marcelo Miranda (PMDB-TO) –, outros dois estão em segundo lugar – Roberto Requião (PMDB-PR) e Iris Rezende (PMDB-GO).

Além disso, dos nove que aparecem como favoritos para ocupar o cargo de governador pela primeira vez, quatro são atualmente senadores, três são ex-deputados federais e dois ex-prefeitos.

Por que há tão pouca renovação na política brasileira? As manifestações do ano passado foram definitivamente esquecidas?Deixe seu comentário abaixo e participe do debate.

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