
O candidato a vice na chapa de Marina Silva (PSB), Beto Albuquerque (PSB), reconheceu que houve "exagero" e "vacilo" da coordenação do programa de governo ao incluir propostas como o casamento civil gay e a criminalização da homofobia. Para ele, as propostas estão fora da alçada da competência do poder Executivo, cabendo ao Congresso Nacional legislar sobre o assunto.
"O exagero e o vacilo da nossa coordenação de programa foi estabelecer compromisso com aquilo que só o Parlamento pode fazer. Não há recuo", disse o deputado federal gaúcho, que participou ontem de um ato de campanha em Porto Alegre.
Divulgado na última sexta-feira, o projeto de governo do PSB defendia o apoio a propostas legislativas em defesa do casamento civil igualitário entre pessoas do mesmo sexo e fazia menção à aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia. No dia seguinte, o texto do programa foi alterado e uma nota foi emitida pelo próprio partido.
Mesmo com as mudanças, Albuquerque ainda afirmou que o programa de Marina voltado para o grupo LGBT é "mais avançado" que o dos candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). "É só ler os programas de ambos para ver que nós temos compromissos muito mais claros, muito mais inequívocos em relação a isso", afirmou.
O programa recebeu manifestações de apoio da comunidade LGBT nas redes sociais, mas ao mesmo tempo sofreu críticas de pastores e políticos da bancada evangélica, que insinuaram que ela perderia apoio das igrejas Marina faz parte da Assembleia de Deus.
Maioria no Congresso
Numa resposta a críticas de PT e PSDB sobre a governabilidade em um possível governo Marina Silva, Albuquerque afirmou que a presidenciável vai construir uma maioria no Congresso Nacional caso seja eleita. "Tenho certeza que nós não teremos no Congresso minoria, nós vamos construir essa maioria, mas sem cacifar as velhas raposas. Você tem de ter uma base respeitada, altiva", disse Albuquerque.




