Os doze presos da 14ª. fase da operação Lava Jato, entre eles os presidentes das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez, realizaram exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba na manhã deste sábado (20). O procedimento é padrão após a prisão.
Nome da nova fase da Lava Jato significa ‘valerá para todos’
A 14ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira, 19, foi batizada de Erga omnes. O termo jurídico em latim significa que uma norma ou decisão “valerá para todos”. Os executivos das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez não tinham sido alvos da Lava Jato que já levou a prisão, na sua sétima fase, executivos da OAS e UTC, entre ou
Leia a matéria completaOs novos investigados chegaram ao instituto por volta das 9h45 de sábado e deixaram o local pouco antes do meio-dia. Nenhum deles falou com a imprensa. Segundo a Polícia Federal (PF) os depoimentos dos detidos nesta nova fase da investigação, deflagrada na sexta-feira (19), começarão a ser ouvidos na tarde deste sábado.
Alvos
Troca de e-mail é uma das provas contra Marcelo Odebrecht
O documento apreendido na sede da Odebrecht em novembro de 2014 indica que Marcelo Odebrecht sabia e tinha poder de decisão no esquema de sobrepreço
Leia a matéria completaMarcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo foram quase os últimos a passarem pelos exames. Eles presidem, respectivamente, as empresas Odebrecht e Andrade Gutierrez, consideradas as duas maiores empreiteiras do país e que aparecem como alvos centrais na 14ª. fase da Lava Jato.
Andrade Gutierrez diz que não tem ‘relação com fatos investigados’ pela Lava Jato
A empreiteira Andrade Gutierrez emitiu nota oficial nesta sexta-feira, 19, e declarou que ‘não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato’. O presidente da empreiteira, Otávio Azevedo, e os executivos César Ramos Rocha e Flávio Lúcio Magalhães, também da empresa, estão entre os presos da 14ª fase da Operação Lava
Leia a matéria completaConforme informações da PF, tanto a Odebrecht como a Andrade Gutierrez são acusadas de participar do esquema criminoso de cartel, fraude à licitação e pagamento de propinas em contratos da Petrobras.
Investigações apontam que estas empreiteiras utilizariam contas no exterior para lavar os recursos ilícitos, principalmente das diretorias de Abastecimento e Serviços e que teriam “domínio de tudo o que acontecia”.
A PF classificou ainda o esquema destas empresas como mais “sofisticado” que o da anterior. Isso porque, ao invés de usar empresas fantasmas no Brasil, as empreiteiras investigadas teriam usado remessas ao exterior e offshores para lavar ativos.
Carceragem
A carceragem da Polícia Federal em Curitiba tem capacidade para 18 prisioneiros. Com a prisão de 12 executivos ligados à Odebrecht e à Andrade Gutierrez, a lotação máxima foi atingida. As seis celas estão divididas em duas alas. O doleiro Alberto Youssef fica sozinho numa delas. Os demais seriam distribuídos pelas outras: três em cada. Quem sobra dorme em colchonetes num corredor.
Cada cela tem entre 16 e 20 metros quadrados, com beliches de cimento presos às paredes. Há o que é chamado de “boi”, um vaso sanitário rente ao piso, sem divisória. Dois presos são obrigados a dormir em colchões no chão. Pelo regulamento interno, todos têm direito a uma hora diária de banho de sol. Não há TV ou rádio. É proibido fumar.
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