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OPERAÇÃO QUADRO NEGRO

Empresas de ex-diretor de engenharia da Sude são suspeitas de lavar dinheiro

Duas empresas de propriedade do engenheiro civil Maurício Fanini, ex-diretor na Secretaria de Estado da Educação (Seed), são alvos de um inquérito policial aberto pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), da Polícia Civil, na esteira da Operação Quadro Negro. As duas empresas, a B. M. A. Linguagem e Comunicação e a Perfil Luz Representação Comercial, podem ter sido utilizadas para lavagem de dinheiro.

Um dos investigadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o promotor de Justiça Felipe de Paula Soares, afirmou em entrevista à reportagem que há “quantias altas” registradas pelas empresas de Fanini. Foi o Gaeco, em dezembro último, que requisitou ao Nurce a instauração do inquérito policial.

Ainda segundo o promotor de Justiça, as quantias chamam a atenção não só pelos valores, que seriam incompatíveis com a renda do ex-diretor da Seed, como também pelas datas em que caíram nas contas, que seriam coincidentes com movimentações financeiras relevantes da empresa Valor Construtora. Na ação penal da Quadro Negro, Fanini é acusado de receber dinheiro desviado dos contratos assinados entre a pasta de Educação e a Valor Construtora para reforma ou construção de escolas. O esquema teria gerado um prejuízo de pelo menos R$ 18 milhões aos cofres públicos. Fanini já negou ter recebido propina.

Em consulta à Receita Federal e à Junta Comercial do Paraná, a reportagem verificou que as duas empresas ainda permanecem ativas e estão registradas no mesmo endereço, que é a residência de Fanini, um apartamento no bairro Cabral, em Curitiba. Procurado pela reportagem, o advogado de Fanini, Gustavo Scandelari, informou que seu cliente nega veementemente qualquer irregularidade. Scandelari afirma que, embora ainda estejam oficialmente ativas, as duas empresas já não estão mais em atividade. Segundo ele, Fanini sustenta que as devidas “baixas” não foram feitas porque as empresas ainda têm dívidas.

Questionado sobre os “altos valores” que o Gaeco encontrou a partir da quebra do sigilo bancário, Scandelari justificou que foram feitos empréstimos em nome das duas empresas e que, mesmo após o fim das atividades, as parcelas de cobrança continuaram a cair nas contas. Para conseguir pagar as parcelas, Fanini teria utilizado dinheiro de outras fontes de renda, como venda de imóveis, para transferir às empresas.

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