O deputado federal Fernando Francischini (SD-PR) apresentou um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). No pedido, apresentado no fim da semana passada, o parlamentar acusa a presidente de crime de responsabilidade, entre outras coisas, pelas pedaladas fiscais, pelo uso de recursos ilícitos em campanha eleitoral e até mesmo por declarações dadas pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O pedido, agora, aguarda deliberação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – que pode acatá-lo, dando início ao processo de impeachment, ou rejeitá-lo. Desde o início do ano, mais de 30 pedidos foram apresentados – e nenhum deles foi acatado por Cunha. Curiosamente, Francischini é um dos principais defensores do presidente do Legislativo, alvo de processo no Conselho de Ética da Câmara por manter contas na Suiça sem declarar à Receita Federal.
Na denúncia apresentada por Francischini, são elencados cinco indícios de crimes de responsabilidade. Os dois primeiros tratam da relação do governo federal com movimentos sociais. O deputado acusa Lula e Freitas de atentarem, com o consentimento de Dilma, para uma “guerra civil” ao falar em “pegar em armas” para defender o governo. Ele trata, ainda, como uma “tentativa de obstruir” movimentos contrários à presidente.
Francischini acusa, também, o governo de ter usado dinheiro público para “para proferir discursos a favor da manutenção da Representada no cargo, contra o seu impedimento”, utilizando recurso público. Neste caso, ele cita o evento Marcha das Margaridas, que ocorreu em agosto desse ano, e recebeu recursos do BNDES, da Caixa Econômica Federal e da Itaipu Binacional.
Além disso, o deputado cita o recebimento de R$ 13 milhões, por parte da campanha de Dilma, de doações ilícitas e o fato de Dilma ser presidente do Conselho de Administração da Petrobras quando ocorreu a compra da Refinaria de Pasadena. Por fim, Francischini responsabiliza a presidente pelas pedaladas fiscais e cita o julgamento do Tribunal de Contas da União (TCU) das contas de 2014 – na ocasião, foi recomendada a rejeição das contas.
A reportagem procurou o deputado para que ele comentasse o pedido de impeachment, mas não teve sucesso.
Eleição de Trump ajuda na alta do dólar, mas maior vilão foram gastos excessivos de Lula
Empresas que controlam prisões privadas esperam lucrar com deportações prometidas por Trump
Peter Thiel, o bilionário que emplacou o vice de Trump e deve influenciar o governo
Lula fecha os olhos ao drama das crianças ucranianas
Deixe sua opinião