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“Judiciário não pode ser uma voz propagando no deserto”, diz Moro

Juiz afirmou esperar que o projeto das “Dez Medidas Contra a Corrupção” seja aprovado majoritariamente no Congresso; ele não respondeu diretamente às críticas feitas por Gilmar Mendes

 | Pedro Serápio/Gazeta do Povo
(Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo)

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, afirmou nesta quarta-feira (24) que espera que o Congresso Nacional aprove o projeto “Dez Medidas Contra a Corrupção” em sua maioria. “A recepção do Congresso foi boa. Se não integralmente, o projeto deve ser aprovado majoritariamente. É preciso que as outras instituições se posicionem. O Judiciário não pode ser uma voz propagando no deserto”, afirmou o magistrado, que ministrou uma palestra sobre corrupção sistêmica aos acadêmicos da Unibrasil, em Curitiba.

Moro ainda afirmou que há pontos no projeto que são passíveis de discussão. “Faz parte da democracia”, disse. Nesta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, criticou parte das medidas, como o que garante a utilização de provas obtidas de forma ilícita, mas que demonstrem a “boa-fé do investigador”. O magistrado não comentou a posição do ministro, mas afirmou que apoia a aprovação integral do projeto de lei e que a medida deve fazer parte da agenda de reformas que tem apoio popular. “Mais de dois milhões de pessoas assinaram o projeto. Para que o quadro de corrupção diminua é preciso que exista uma cidadania mobilizada”, comentou.

Apoio de globais

Ao final da exposição, Moro exibiu um vídeo em que dezenas de atores globais e cantores afirmam que apoiam o projeto de lei de autoria do Ministério Público Federal (MPF). Alguns deles, como Lucinha Lins, Victor Fasano, Luana Piovanni e Suzana Vieira e Raimundo Fagner estiveram em Curitiba para visitar o juiz e prestar apoio à Operação Lava Jato no início de agosto. Questionado, Moro afirmou que não vê o apoio das celebridades como uma posição político-partidária. “No que diz respeito ao processo, o juiz deve se preservar. Mas não vejo problemas em receber apoio. O juiz não pode ficar dentro de uma bolha”, disse.

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