O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a decisão sobre a compra de novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) ficará para a presidente eleita, Dilma Rousseff. "É uma dívida muito grande, é uma dívida de longo prazo para o Brasil. Eu poderia assinar e fazer um acordo com a França, mas não vou fazer", afirmou Lula em entrevista exclusiva à TV Brasil nesta segunda-feira (6). A decisão sobre os caças ainda depende de parecer do Conselho Nacional de Defesa, de acordo com o presidente.
Com menos de um mês para deixar o governo, Lula disse que a FAB também será consultada sobre outra compra, a de um novo avião presidencial. Ele disse que não vê "nenhum problema" em comprar uma nova aeronave e lembrou que, apesar das críticas, o avião comprado em seu primeiro mandato ajudou o Brasil a fortalecer a política externa porque possibilitou mais viagens internacionais.
"Acho que o Brasil precisa de um avião melhor. Se vai comprar agora ou não, acho que é uma coisa que a Dilma vai decidir. Eu não teria nenhum problema em comprar [ainda neste governo]".
Lula disse também que pretende resolver o impasse da extradição do italiano Cesare Battisti, mas deve deixar para a presidente eleita decisões que ainda estão pendentes, entre elas a indicação de um novo ministro para o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Lula, a decisão sobre a extradição de Battisti depende apenas do parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), que ele espera receber ainda neste mês. Ele afirmou que fará o que puder para facilitar o primeiro ano do governo Dilma, mas que está ouvindo a presidente eleita sobre assuntos que dizem respeito aos dois mandatos.
"Esse é um assunto em que tanto eu posso tomar uma decisão agora ou deixar para a presidenta tomar. Eu preferiria tomar agora. Se o parecer estiver pronto, decido agora, para não deixar esse assunto, que é sempre amargo. Tem gente que quer que o Battisti fique, tem gente que quer que ele vá embora. Não quero deixar nenhuma confusão para a nova presidenta".
Segundo Lula, a indicação de um novo ministro para o STF, para ocupar a vaga deixada pelo ex-ministro Eros Grau, deve ficar para Dilma. Ele disse que preferiu esperar as eleições e que ainda vai conversar com Dilma sobre a indicação. De acordo com o presidente, "não há muita pressa" em decidir o novo nome, porque o tribunal entrará em recesso nos próximos dias e só voltará aos trabalhos em fevereiro de 2011.
O presidente também adiantou que vai sugerir para Dilma uma nova legislação para o marco de telecomunicações do Brasil. Ele disse que a presidenta eleita terá o desafio de representar as mulheres no poder e falou sobre a despedida do governo após dois mandatos. "Vou sair consciente de que cumpri o meu dever, de que fizemos muitas coisas e ainda temos muitas a fazer, mas consciente de que o Brasil melhorou muito nesses últimos oito anos".
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