A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou nesta quarta-feira (11) um requerimento convidando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para esclarecer discursos recentes onde o petista teria “incitado” a violência.
De autoria do deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho do polêmico Jair Bolsonaro (PP-RJ), o requerimento pede a realização de audiência pública para discutir as consequências de “discursos de ódio” proferidos por líderes políticos e de movimentos sociais que fomentam a violência. O convite a Lula também se estende ao presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, e a Mauro Luís Iasi, do PCB.
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Leia a matéria completaBolsonaro alega na justificativa do requerimento que, no dia 24 de fevereiro deste ano, o ex-presidente estimulou a violência em um ato em defesa da Petrobras, no Rio de Janeiro. “Eu quero paz e democracia, mas se eles não querem, nós sabemos brigar também... sobretudo quando João Pedro Stédile colocar o exército dele do nosso lado”, disse Lula.
O parlamentar lembra a participação do presidente da CUT em um evento no Palácio do Planalto em 13 de agosto deste ano em que, dirigindo-se a integrantes de movimentos sociais, Freitas falou em pegar armas. “Somos defensores da unidade nacional, da construção de um projeto de desenvolvimento para todos e para todas. E isso implica, neste momento, ir para as ruas entrincheirados, com armas nas mãos, se tentarem derrubar a presidenta... nós seremos o exército que vai enfrentar essa burguesia na rua”.
Já Mauro Iasi é citado por um vídeo onde confronta os “conservadores de direita”. “Nós sabemos que você é nosso inimigo, mas considerando que você, como afirma, é uma boa pessoa, nós estamos dispostos a oferecer a você o seguinte: um bom paredão, onde vamos colocá-lo na frente de uma boa espingarda, com uma boa bala e vamos oferecer depois de uma boa pá, uma boa cova, né? Com a direita e o conservadorismo nenhum diálogo. Luta!”, registrou o deputado no requerimento.
Eduardo Bolsonaro chama as manifestações públicas dos líderes políticos de “irresponsáveis” e conclui que o objetivo das declarações era “desestabilizar o Estado Democrático de Direito”. “A participação dessas personalidades nas discussões mostra-se de fundamental importância, para que possam esclarecer à sociedade brasileira, no cenário adequado, quais seriam suas reais intenções com os discursos proferidos”, justifica.
Lula viaja a Brasília para discutir situação de Cunha
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou na tarde de quarta-feira (11) em Brasília. Segundo aliados, a agenda inclui conversas com petistas e peemedebistas para discutir a situação do Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Não está prevista conversa com a presidente Dilma Rousseff.
Ainda segundo aliados, Lula tem repetido que “não importa se é Cunha ou Silva [o presidente da Câmara]” desde que se garanta estabilidade ao governo da presidente Dilma.
Na pauta das conversas do ex-presidente também está sua insatisfação com a busca e apreensão no escritório de seu filho Luis Cláudio, no âmbito da Operação Zelotes.
Luis Cláudio foi intimado pela Polícia Federal às 23h do dia seguinte às buscas, após deixar a festa de aniversário do pai. O horário não é usual para o procedimento.
Lula chegou a Brasília após participar de um encontro na Colômbia. Lá, ele disse que sente “um cheiro de retrocesso na América do Sul”.
Ao participar da abertura da 7.ª Conferência Latino-Americana e do Caribe em Ciências Sociais, ele comparou o cenário ao que antecedeu a Primavera Árabe.
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